‘Acasa’ venceu Festival Internacional de Documentário de Melgaço

A organização do festival diz em comunicado que o júri destacou “a abordagem poética, honesta e poderosa de um filme que coloca uma questão fundamental: o que é um lar?”.

Rodado na Roménia, ‘Acasa’, “acompanha a história de uma família obrigada a deixar a casa onde vive em perfeita harmonia com a natureza, uma cabana junto ao lago, e a mudar-se para a cidade devido à construção de um parque público naquele lugar”.

O júri, “considerando a qualidade das 19 longas-metragens a concurso”, decidiu ainda atribuir duas menções especiais na categoria de longa-metragem internacional, aos filmes ‘Lúa Vermella’, do realizador galego Lois Patiño, e ‘Colombia in My Arms’ dos finlandeses Jenni KivistÖ e Jussi Rastas.

‘Imperdonable’, da espanhola Marlén Viñayo, “que retrata uma história de homossexualidade no interior de uma prisão em El Salvador”, venceu na categoria de Melhor Curta ou Média-Metragem Internacional.

O júri considerou ‘Imperdonable’ um filme “poderoso”, que “retrata as contradições humanas de um país onde as relações sociais se encontram despedaçadas”.

‘Amor Fati’, da portuguesa Cláudia Varejão, foi distinguido com o prémio Jean Loup Passek para Melhor Documentário Português.

O filme, rodado ao longo de dois anos em várias localidades portuguesas, regista “histórias de amores inabaláveis que se expressavam, à primeira vista, em fisionomias semelhantes”, por exemplo, entre duas irmãs gémeas, entre uma mãe e um filho, entre um homem e o seu cavalo. É “um atlas de histórias e emoções que expressam o meu sentimento pela humanidade e que tende a engrandecer diante da nossa vulnerabilidade, diante da morte”, afirma Cláudia Varejão na nota de intenções.

Para o júri do MDoc, o filme “pinta uma paisagem completa da vida, não só dos protagonistas, mas também de cada um de nós”.

Além de um troféu, entregue a todos os distinguidos, “o vencedor na categoria de longa-metragem é agraciado com um prémio no valor de 3.000 euros, a melhor curta-metragem recebe 1.500 euros e o melhor documentário português a concurso arrecada o prémio na categoria nacional, no valor de 1.000 euros”.

Nesta edição do MDoc, o júri do prémio Jean Loup Passek foi constituído pelos realizadores Julia Kushnarenko, Susana de Sousa Dias, Alessandro Negrini e Alfonso Palazón Meseguer e pela professora e programadora Jane Pinheiro.

Este ano o festival atribuiu pela primeira vez o prémio Jean Loup Passek para Melhor Cartaz de Cinema, no valor de 2.000 euros.

O júri desta nova categoria, constituído por Paula Tavares, Jorge Silva e Marcos Covelos, decidiu premiar um dos cartazes do filme ‘Tio Tomás, a Contabilidade dos Dias’, curta-metragem de animação da portuguesa Regina Pessoa, cujo cartaz foi desenhado por Abi Feijó.

O júri decidiu ainda atribuir uma menção especial aos cartazes de ‘Cães que Ladram aos Pássaros’, filme de Leonor Teles com cartaz por Irina Pereira e Miguel Carneiro, e ‘Úrsula’, de Eduardo Brito com cartaz por Ana Resende.

Nesta edição do MDoc, foi ainda atribuído o prémio Dom Quixote, em colaboração com a Federação Internacional de Cineclubes.

O júri deste prémio, constituído por António Francisco Pita, do Centro de Estudos Cinematográficos da Associação Académica de Coimbra, Dagmar Kamlah, cineasta e curadora alemã, e Dragan Fimon, realizador e professor na Academia de Artes de Belgrado, distinguiu ‘Life of Ivanna’, do guatemalteco radicado na Rússia Renato Borrayo Serrano, na categoria de longa-metragem, e ‘3 Logical Exits’, do dinamarquês-palestiniano Mahdi Fleifel, na de curta-metragem.

O MDoc, organizado pela Ao Norte — Associação de Produção e Animação Audiovisual, em parceria com a Câmara Municipal de Melgaço, “pretende promover e divulgar o cinema etnográfico e social, refletir sobre identidade, memória e fronteira e contribuir para um arquivo audiovisual sobre a região”.

Leia Também: Festival de Veneza atribuí prémio Paixão pelo Cinema a Marcus Rowland

Deixe um comentário