Em declarações à agência Lusa, a presidente da ICOM-Portugal, a museóloga Maria de Jesus Monge, manifestou “alguma surpresa” com a saída de Bernardo Alabaça, referindo que não estava à espera que “houvesse uma alteração de monta”, pouco mais de um ano depois de ter sido nomeado.
A ministra da Cultura, Graça Fonseca, exonerou hoje Bernardo Alabaça, por considerar que a Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) está “inoperacional”.
Bernardo Alabaça tinha sido nomeado em fevereiro de 2020 e é agora substituído interinamente pelo arquiteto João Carlos Santos, até agora sub-diretor da DGPC, enquanto decorre o concurso da Comissão de Recrutamento e Seleção para a Administração Pública (CRESAP).
Maria de Jesus Monge considera que esta exoneração reflete uma dificuldade na resolução dos problemas do setor, não necessariamente da parte de Bernardo Alabaça, mas da própria estrutura da tutela.
“Creio que quase seria de perguntar à senhora ministra por que é que deixa chegar uma das suas direções gerais, eu diria das mais importantes porque detém o património material, a este estado. Todos sentimos uma grande dificuldade na resolução dos problemas, é verdade. A questão do dinheiro do PRR [Plano de Resolução e Resiliência] não vai resolver a esmagadora maioria dos problemas de fundo”, sublinhou.
Sobre o perfil de quem deve assumir a liderança desta direção-geral, a museóloga diz que “tem de ser alguém com uma grande energia, com uma grande capacidade de fazer pontes e ter um excelente diálogo com a tutela”.
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