Alvaiázere homenageia Fernando Lopes com programa de promoção do cinema

 

Fernando Lopes (1935-2012) nasceu em Maçãs de Dona Maria, uma das freguesias de Alvaiázere, e vai ser homenageado com o projetoAlvaiázere Cine”, desenhado para “associar de forma inequívoca [o realizador] a este território”.

Segundo Sílvia Lopes, o município pretende desenvolver “um projeto muito original” no concelho, procurando, em simultâneo, concretizar “uma humilde homenagem”.

“Será uma lufada de ar fresco, porque precisamos de algo novo e diferente”, disse a vereadora à agência Lusa, desejando que o primeiro momento de “Alvaiázere Cine” – uma ação de formação que arranca em fevereiro e se prolonga até outubro – cative não só participantes locais mas também de outros pontos do país e até do estrangeiro.

“Pode parecer ambicioso, mas Fernando Lopes não se cingiu apenas nem ao nosso concelho nem ao nosso país. Ele é conhecido e reconhecido no estrangeiro e é nossa vontade chegar também além-fronteiras”, sublinha.

Alvaiázere Cine” surge para “reiterar a presença decisiva de Fernando Lopes no contexto do cinema português”, projetando “a sua trajetória desde o interior agrícola do país até se tornar, inclusivamente além-fronteiras, numa das mais importantes figuras do Novo Cinema português”.

O programa começa este mês, com uma formação ‘online’ de 150 horas, estruturada e gerida por Hirton Fernandes Junior, mestre em artes performativas pela Universidade Federal da Bahia (Brasil) e doutorando em Artes Performativas e da Imagem em Movimento na Universidade de Lisboa.

Dessa formação, que inclui desde a elaboração de um guião à pós-produção, vão ser selecionadas pelo menos três curtas-metragens realizadas para exibição no festival Alvaiázere Capital do Chícharo.

Na medida do que permitirem as limitações da pandemia, o município ambiciona criar o Festival Fernando Lopes de Curta Metragem, fundar em Alvaiázere o Cineclube Fernando Lopes e, a partir deste, lançar a base para um encontro nacional de cineclubes, movimento cujo nascimento em Portugal teve “participação decisiva” do realizador.

Na filmografia do realizador destacam-se “Belarmino” (1964), “Uma Abelha na Chuva” (1972), “O fio do Horizonte” (1993) e “O Delfim” (2002). No final da década de 1970, Fernando Lopes foi diretor de programas da RTP2 e em 2008 recebeu o Prémio Carreira do Fantasporto

“Em câmara lenta” (2011) foi o último filme dirigido por Fernando Lopes, que morreu no ano seguinte, com 76 anos.

 

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