‘Aparição’ no IX Festival de Cinema Europeu na Venezuela

“O tradicional Euroscopio, regressa à Venezuela, e a principal novidade deste ano é o facto de o programa poder ser apreciado ‘online’ e gratuitamente, mas também nas salas de cinema de diferentes cidades do país”, afirma a delegação da União Europeia, em comunicado, divulgado hoje em Caracas.

A edição do ano passado do festival, devido à pandemia da covid-19, decorreu unicamente pela via digital.

O festival, organizado pela delegação da União Europeia na Venezuela, tem por objetivo que o público deste país “conheça as novidades da cinematografia europeia”.

O festival inclui filmes provenientes da Alemanha (‘The audition’, de Ina Weisse, e ‘Nachlass’, de Christoph Hübner), Bélgica (‘Our struggles’, de Guillaume Senez), Bulgária (‘The father’, de Kristina Grozeva e Petar Valchanov), Dinamarca (‘Coldcase’, de Mads Brügger), Eslováquia (‘Let there be light’, de Marko Skop), e Espanha (‘Handia’, de Aitor Arregi e Jon Garaño, ‘O que arde’, de Oliver Laxe, e ‘Las consecuencias’, de Claudia Pinto Emperador).

Estónia (‘The little comrade’, de Moonika Siimets), Finlândia (‘Aurora’, de Miia Tervo), França (‘The bare necessity’, de Erwan Le Duc, ‘Simply black’, de John Wax e Jean-Pascal Zadi, e ‘Trois jours et une vie’, de Nicolas Boukhrief), Grécia (‘Her Job’, de Nikos Labôt), Hungria (‘Bad poems’, de Gábor Reisz), Letónia (‘Oleg’, de Juris Kursietis), Lituânia (‘Invisível’), Luxemburgo (‘Sawah’, de Adolf El Assal), Países Baixos (‘Rafaël’, de Ben Sombogaart, e ‘Romy´s Salon’, de Mischa Kamp), Polónia (‘Walesa: o homem da esperança’, de Andrzej Wajda), Roménia (‘Acasa my home’, de Radu Ciorniciuc) e Suíça (‘Volunteer’, de Peter Zwierko) são outros países representados na mostra do cinema europeu.

Os filmes estão classificados por géneros como comédia, drama, romance, ficção, biografia e documentário, e abordam questões sociais, inclusão, poder da mulher, imigração, amizade, questões familiares e histórias de superação, através de títulos reconhecidos em diferentes festivais internacionais.

Portugal estará representado pelo filme ‘Aparição’, uma adaptação cinematográfica do romance homónimo de Vergílio Ferreira, dirigida Fernando Vendrell, que decorre no final dos anos de 1950.

Segundo a sinopse, Alberto Soares, um jovem professor acabado de se formar, é colocado em Évora, uma cidade provinciana e moralista. No liceu, discute com os alunos as suas teorias existenciais e a sua desesperada busca por si mesmo. Estas vivências motivam-no a escrever um romance sobre a morte, onde ele próprio se assume como protagonista.

Na articulação entre realidade e ficção, dentro da ficção, Alberto deixa-se seduzir por Sofia, uma das três filhas de um médico local. Mas quando esta o troca inesperadamente por Carolino, seu aluno, “Alberto sucumbe ao turbilhão da paixão e ao extremismo das suas convicções”, explica a sinopse do filme.

Uma das marcas da longa-metragem é seguir a “questão autobiográfica” de Vergílio Ferreira (que foi professor em Évora), e a sua aproximação à personagem principal, Alberto (Jaime Freitas), bem como outras personagens, como Sofia (Victoria Guerra) e Carolino (João Cachola).

Vencedor do prémio de Melhor Filme Português no Fantasporto, em 2018, o filme conta ainda com as interpretações de Rui Morison, João Lagarto, Teresa Madruga e Ricardo Aibéo.

De acesso gratuito, o Euroscopio inclui ainda a estreia, hoje, do filme espanhol ‘Las consecuencias’ (2021) da diretora venezuelana Cláudia Pinto Emperador, sobre Fabiola, que, durante uma viagem a uma pequena ilha vulcânica, se torna uma espia da sua própria casa.

Leia Também: Festival de cinema Caminhos arranca no sábado em ano cheio “de qualidade”

Deixe um comentário