Ator e encenador Pedro Baptista apresenta "Oração" em Lisboa

Em “Oração”, projeto a solo, Pedro Baptista propõe-se pensar o que é a “resiliência”, tanto no campo pessoal como profissional, no sentido de apurar qual é o limite humano e quais são os desejos para o futuro.

“Pode ser uma espécie de conto de Natal, que antecede os ritos da passagem de ano. Uma oração: uma prece, um corpo que fala”, acrescenta o ator.

Com texto, encenação e interpretação de Pedro Baptista, “Oração” tem apoio aos figurinos de Cármen Alves e é um projeto apoiado pelo Largo Residências e Rua das Gaivotas.

Inicialmente, Pedro Baptista pretendia estrear um espetáculo em dezembro de 2021, a partir de um texto da sua autoria, com dez intérpretes.

Todavia, devido ao cancelamento do espaço de apresentação, na sequência da pandemia de covid-19 e à falta de financiamento, o projeto teve de ser adiado.

Pedro Baptista decidiu, então, partir para um projeto autobiográfico a solo que refletisse sobre questões como a solidão, tendo criado o espetáculo “Oração do veado sereio”, que esteve em cena no espaço do salão nobre do palácio Visconde da Graça, em Lisboa, em dezembro de 2021.

Neste projeto, o ator e encenador apresentava-se carregado de sacos de supermercado, como uma criança que tenta criar um objeto a partir de peças de Lego.

Este ano, “Oração” surge tanto como uma espécie de sequela, como uma reposição do objeto anterior, refere Pedro Baptista, acrescentando que na impossibilidade de transportar uma cama para a sala da Rua das Gaivotas 6, terá um espaço “ainda mais despojado”, levando consigo uma tenda de campismo.

A ideia de reposição prende-se com o facto de a estrutura do espetáculo ser a mesma. Da anterior “Oração do veado sereio”, aliás, o artista atende diversas chamadas telefónicas, monta uma árvore de Natal no fim e recolhe os desejos do público para o ano vindouro, refere.

“Oração” está em cena até 17 de dezembro, com sessões de quinta-feira a sábado, às 20:00.

Com mestrado em teatro pela Escola Superior de Teatro e Cinema, Pedro Baptista tem trabalhado como ator, nomeadamente em companhias como mala voadora e Artistas Unidos, onde um dos seus mais recentes trabalhos foi “Morte de um caixeiro-viajante”.

“Paisagem” (2015), para o Teatro da Comuna, “Prosopopeia” (2018), no Teatro da Politécnica, “A Gaivota” (2019), no espaço Rua das Gaivotas6, e “Suspiria” (2020), no Centro de Artes de Lisboa (CAL-Primeiros Sintomas), foram trabalhos que assinou como autor e encenador.

 

CP // MAG

Lusa/fim

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