Casa do Comum do livreiro José Pinho abre ao público no Bairro Alto

A criação deste centro cultural era um dos sonhos mais antigos de José Pinho, criador das Livrarias Ler Devagar e do Festival Folio, ao qual dedicou os últimos tempos da sua vida, antes de morrer, em 30 de maio deste ano.

Agora, pelas mãos da sua família, que prossegue o seu legado, o sonho torna-se realidade e a Casa do Comum, localizada na Rua da Rosa 285, abre ao público às 10:00, com um conjunto de iniciativas que se estendem até domingo e que se pretende que sejam cíclicas ou que seja uma festa de alguns dias que se repita anualmente, de preferência na primavera, como explica Joana Pinho, filha do livreiro e atual diretora das Livrarias Ler Devagar.

Entre as várias iniciativas previstas para estes dias, contam-se ateliers de fotografia, oficinas de escrita e composição, uma performance de Teresa Coutinho, o lançamento de um livro da cineasta brasileira Tenille Bezerra, com a presença do escritor angolano Ondjaki, o visionamento do filme “Death of a city”, de João Rosas, além de várias exposições, concertos, ‘DJ Set’ e espetáculos infantis.

A Casa do Comum ocupa de três andares. O primeiro de todos, a cave — onde ficava o antigo armazém da Adega das Cegonhas – será um espaço de apoio às livrarias, que terá um bar e a sua própria livraria de livros usados, onde decorrerão conversas, discussões e serão programados concertos.

No andar intermédio fica a livraria Ler Devagar – um espaço também para “demorar, folhear um livro, ouvir música” — e o Museu da Preguiça, uma sala composta por camas e redes para os visitantes se deitarem a ler ou a descansar, vários armários de farmácia antigos, de que José Pinho era fiel depositário e onde guardava os seus livros, e três bibliotecas particulares, uma delas a coleção de literatura erótica de José Pinho, e as outras duas de Roger Claustre e Liana Marchetti.

No último piso fica a sala de cinema, onde serão exibidos alguns filmes em estreia, mas que se pretende que seja um prolongamento do resto do espaço. Nas palavras de Joana Pinho, a ideia é que as pessoas vejam um filme e depois vão “beber um copo, partilhar, conversar sobre o filme ou outra coisa, comprar um livro”.

Por enquanto é a família de José Pinho que está a tratar da programação, mas a partir de janeiro de 2024, a coordenação e programação da Casa do Comum passam para Miguel Ribeiro, ex-diretor do festival DocLisboa.

O período de funcionamento da livraria será de quarta-feira a domingo, das 12:00 às 22:00, ao passo que a Livraria Alfarrabista e o Bar funcionam nos mesmos dias, das 17:00 às 02:00 (exceto ao domingo, que fecha às 22:00).

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