Coreógrafa Tânia Carvalho apresenta três peças este mês em Marselha

Este “programa inédito”, que decorre entre 28 e 30 de abril, é uma continuação da colaboração artística entre o coletivo (LA)HORDE, que assumiu em 2019 a direção artística do Ballet Nacional de Marselha (BNM), e Tânia Carvalho, depois da peça “One of four periods in time (Ellipsis)”, criada no ano passado no BNM, lê-se num comunicado hoje divulgado por aquela companhia francesa.

O BNM apresenta, “pela primeira vez na KLAP, um programa de três obras, para um a 18 bailarinos, onde o enquadramento gestual é explorado de acordo com os numerosos registos da perceção”.

Este programa, refere o BNM, “é um quadro simétrico, como um eco das criações da coreógrafa portuguesa”.

“Xylographie”, coreografada com e para o Ballet da Ópera de Lyon, é “uma reflexão sobre o múltiplo, guiada pela ideia de imprimir movimento em palco, a partir de um processo chinês do século V, impulsionando 15 bailarinos numa composição pictórica, evocando uma série de gravuras vivas”.

No solo “As I could stay there for ever”, “numa penumbra atravessada por negros intensos”, Tânia Carvalho mostra “uma dança feita de explosões gestuais, valendo-se tanto da mímica como da dança contemporânea”.

Na criação para 15 artistas do BNM, “One of four periods in time (Ellipsis)”, Tânia Carvalho “desenha uma intrigante dança de grupo, espectral e atemporal, impregnada de expressionismo cinematográfico”.

Ao longo da última década, a artista tem pisado diversos palcos em França, nomeadamente em Paris, Marselha, Lyon e Uzès, para apresentar as suas criações, ou para criar em conjunto com companhias francesas, a convite destas.

Artista multidisciplinar, Tânia Carvalho tem percorrido uma carreira de 24 anos de criação em diferentes expressões artísticas, da dança ao desenho, passando pela música e cinema.

O programa da coreógrafa portuguesa em França este ano começou em março, com “Onironauta” (2020), “Madmud” (2007) e “Duploc Barulin” (2019), no Théâtre Les Abbesses, em Paris.

Depois de Marselha, Tânia Carvalho tem apresentações marcadas, entre 19 e 22 de maio, no Théâtre La Villette – “As If I Could Stay Here Forever” (2005), “Xylographie” (2014) e “One of four periods in time” (2021) -, em Paris, e, entre 12 e 16 outubro, no Théâtre Les Abbesses, com “Doesdicon” (2017).

A 15 de outubro, será a vez de apresentar “Greta Oto” (2021) e “Papillons d’éternité”, no Théâtre Les Abbesses, e entre 25 e 29 de outubro, “S” (2018), no Le Centiquatre-Paris, no quadro da programação da Temporada Portugal-França.

Tânia Carvalho iniciou aulas de dança clássica aos 5 anos, em 1991 fez a Escola Superior de Dança de Lisboa e, em 1997, ingressou no Curso de Intérpretes de Dança Contemporânea Fórum Dança, também na capital portuguesa.

Fez ainda o Curso de Coreografia da Fundação Calouste Gulbenkian, e tem vindo a colaborar em vários trabalhos, tanto em interpretação como criação, com os coreógrafos Luís Guerra de Laocoi, Francisco Camacho, Carlota Lagido, Clara Andermatt, David Miguel, Filipe Viegas e Vera Mantero.

Como coreógrafa e intérprete criou, entre outras, as peças “Danza Ricercata” (2008), “Der Mann Ist Verrückt” (2009), “Olhos Caídos” (2010) e “A Tecedura do Caos” (2014).

É também criadora dos projetos musicais “Trash Nymph” e “Moliquentos”, e cofundadora do coletivo de artistas Bomba Suicida.

Em 2018, Tânia Carvalho foi alvo de um ciclo de homenagem sobre os seus 20 anos de carreira, que decorreu com a apresentação das suas criações mais emblemáticas e de novas obras, no Teatro Camões, pela Companhia Nacional de Bailado, e nos teatros municipais Maria Matos e São Luiz, espaços culturais em Lisboa.

Em janeiro de 2020, estreou a peça “Onironauta” – sobre a capacidade de controlar os sonhos e moldar o seu sentido – na Maison de la Danse, em Marselha, na França.

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