D. Maria II e Maria Matos juntam-se para prolongar tempo em cena de peças

‘Última hora’, uma comédia com texto de Rui Cardoso Martins e encenação de Gonçalo Amorim, é o primeiro espetáculo desta parceria, que estará em cena no Maria Matos, de 13 de janeiro a 27 de março de 2022, divulgou hoje a Força de Produção, concessionária do teatro localizado em Alvalade.

‘Última Hora: Peça em três ato’ passa-se na redação de um jornal com aquele nome – ‘Última Hora’ -, que vive a grave crise que vivem muitos jornais hoje em dia, com a ameaça do seu fecho e dos despedimentos, mas também da Internet e das partilhas de conteúdos grátis nas redes sociais, das manipulações políticas e empresariais e das ‘fake news’.

Em entrevista à Lusa aquando da estreia, no ano passado, Rui Cardoso Martins chamou a atenção para o facto de a peça não ser uma lista de assuntos jornalísticos. Na verdade, é “uma comédia e drama muito humano num quadro terrível: há um jornal que pode (ou que vai…) fechar, e as pessoas que o fazem tentam sobreviver”.

Da programação do Maria Matos, em setembro, fazem ainda parte a peça “Perfeitos desconhecidos”, em cena de quinta a sábado, às 21:00, e, aos domingos, às 17:30.

A peça tem texto de Paolo Genovese, com encenação, tradução e adaptação de Pedro Penim, e a interpretar estão Carla Maciel, Cláudia Semedo, Filipe Vargas, Jorge Mourato, Martinho Silva, Samuel Alves e Sara Barradas.

O diretor artístico do Teatro Nacional D. Maria II, Tiago Rodrigues, disse, em entrevista à Lusa antes da apresentação da programação da próxima temporada da instituição, que saía do cargo “de barriga cheia”, mas com a situação “penosa” que continua a pautar a coprodução em Portugal “atravessada”.

Na entrevista, o próximo diretor do Festival francês de Avignon afirmou que gostaria que o Teatro Nacional D. Maria II pudesse optar por fazer espetáculos com “carreiras mais longas” e não “fosse obrigado a fazer tantos espetáculos, com tantos artistas”, por haver “poucos teatros em Portugal a acompanhar artistas, a coproduzir, a investir”.

Por isso, a coprodução foi sempre uma constante no D. Maria II, por se tratar de “serviço público fundamental”: É “dizer nós estamos aqui também para irrigar o país de promessas artísticas, não apenas de produtos artísticos acabados”.

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