A International History Students and Historians Group (IHSHG) escreveu à DGPC a alertar para o “estado de total negligência em que se encontra a arte rupestre” localizada na rua Marechal Teixeira Rebelo, em Vila Real, e para a afetação do local no âmbito de obras em curso da cidade.
Na resposta, a que a agência Lusa teve hoje acesso, a Direção Geral referiu que o sítio não se encontrava referenciado nem no Plano Diretor Municipal (PDM) de Vila Real, nem na base de dados do Endovélico, encontrando-se “apenas referido numa nota de rodapé” de uma monografia.
Segundo o grupo internacional, que conta com aproximadamente 1.400 membros, trata-se de um “afloramento granítico que contém várias gravuras rupestres, em pleno centro da cidade, que se estima ser “anterior a data de fundação do primeiro núcleo urbano”.
A DGPC decidiu incluir o sítio no Endovélico e adiantou que a “presente situação se encontra a ser devidamente acompanhada pela Direção Regional de Cultura do Norte (DRCN), tendo sido inclusive efetuado um levantamento preliminar dos elementos constantes no penedo”.
A direção geral solicitou uma “nota técnica correspondente ao levantamento agora efetuado para atualização da informação referente a este possível santuário para integração destes elementos no processo de sítio S — 39320 para que a documentação possa constar, para memória futura, do Arquivo da Arqueologia Portuguesa”.
A Câmara de Vila Real foi informada para “considerar a sua existência no decurso do licenciamento de operações urbanísticas, uma vez que o sítio não pode ser afetado”, e foi também solicitado que, aquando da revisão do PDM, o local “seja considerado nas novas listagens de património arquitetónico e arqueológico e integrado na respetiva planta de ordenamento”.
O vereador Adriano Sousa afirmou à Lusa que o município acatará as recomendações feitas pela DGPC no “sentido de preservar o património”, as quais serão tidas em conta numa revisão do PDM.
Salientou ainda que, no âmbito das obras, foram dadas instruções ao projetista e ao empreiteiro “para não afetar aquele espaço, o que foi cumprido”.
“Ficamos muito satisfeitos com a rapidez de atuação, tendo em conta a situação pandémica que passamos, e gostaríamos que essa celeridade fosse observada o máximo possível na proteção do que é o nosso património”, referiu, por sua vez, o presidente da IHSHG, João Viegas.
A organização internacional reiterou estar sempre disponível “para auxiliar no que for preciso para proteger o património” e referiu levar muito a sério todas as denúncias” que lhe são remetidas.
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