Eleição dos museus do ano escolhe instituições da Suíça e não só

 

A cerimónia oficial de anúncio dos vencedores dos prémios Museu Europeu do Ano (EMYA — European Museum of the Year Award) realizou-se hoje, ‘online’, congregando as edições de 2020 e de 2021, por causa da pandemia de covid-19.

O júri decidiu atribuir o prémio Museu Europeu do Ano 2020 ao Stapferhaus, na Suíça, “por colocar perguntas difíceis aos visitantes, de forma muito criativa e inovadora”, ao dedicar-se, desde a sua fundação, em 1960, a questões da atualidade, das ‘fake news’ a questões de género; o prémio de 2021 ao Centro Naturalis de Biodiversidade, na Holanda, dedicado à História Natural, pelo “trabalho de envolvimento do público nas questões ambientais”.

Ao longo de 60 anos, o Museu Stapferhaus tem vindo a apresentar exposições temporárias sobre temas tão diversos como o tempo e o dinheiro, patriotismo e nacionalismos, verdade e falsificação, sempre construídas de forma lúdica e interativa.

O Centro Naturalis desenvolve pesquisas na área da biodiversidade, e as suas exposições procuram sensibilizar os visitantes para a preservação da natureza.

Para os prémios destas duas edições estavam nomeados dois museus portugueses: o Museu Marítimo de Sesimbra, distrito de Setúbal, para 2020, e o Museu PO.RO.S – Portugal Romano, em Sicó, Condeixa-a-Nova, no distrito de Coimbra, para a edição deste ano.

Criado pelo Conselho da Europa, o Fórum Europeu dos Museus atribui o Prémio Museu Europeu do Ano desde 1977, ano da sua fundação, e entrega ainda um conjunto de prémios, entre os quais um patrocinado pelo Museu de Portimão, em Portugal, desde 2019.

O Museu Marítimo de Sesimbra, no distrito de Setúbal, faz parte do conjunto de polos do museu municipal local, e aborda a ligação de Sesimbra ao mar e à pesca, com vestígios históricos de mais de 5.000 anos, e a sua integração na comunidade piscatória e cultura locais.

Entre os 60 candidatos nomeados estavam ainda a Casa House of Austrian History, de Viena, na Áustria, o Museu Arqueológico da Antiga Coríntia, na Grécia, o M9 – Museu do Século 20, em Mestre, Itália, a Casa de Anne Frank, em Amesterdão, Países Baixos, o Museu Nineties, em Berlim, Alemanha, o Museu de Varsóvia, Polónia, o Museu Uchma, Rússia, o Museu Histórico de Lausanne, Suíça, e o Museu Nacional da Escócia, em Edimburgo.

No grupo de 26 candidatos a Museu Europeu do Ano, em 2021, além do PO.RO.S – Portugal Romano, de Condeixa-a-Nova, estavam também o Museu da Mulher, em Hittisau, Áustria, o Museu de Copenhaga, Dinamarca, o Futurium, em Berlim, Alemanha, o Centro da Biodiversidade, em Laiden, Países Baixos, o Museu Cosmocaixa em Barcelona, Espanha, e o Museum Thesaurus Cracoviensis, em Cracóvia, Polónia.

Inaugurado em 2017, o museu PO.RO.S é um espaço museológico inovador e interativo que se relaciona com o património arqueológico de Conímbriga. Proporciona ao visitante uma viagem no tempo, através de sofisticados sistemas multimédia e da interação com ambientes virtuais, recuando mais de 2.000 anos, até à civilização romana.

A sua exposição permanente desdobra-se em diversos núcleos temáticos que convidam a descobrir e a repensar o legado do Império Romano em Portugal.

O Forum Europeu de Museus, que entrega o prémio do Museu Europeu do Ano, também tem a seu cargo, atualmente, o prémio para o Museu do Ano do Conselho da Europa.

Nesta componente, o prémio foi atribuído ao Museu Nacional da Vigilância Secreta “House of Leaves”, em Tirana, Albânia, para a edição de 2020, e ao Museu Histórico dos Gulag, em Moscovo, Rússia, para 2021.

No conjunto de premiados, dos vários galardões atribuídos anualmente pelo Forum Europeu de Museus, estava o Prémio Portimão, para o museu mais acolhedor, patrocinado pelo município de Portimão, em Portugal. Este prémio distinguiu o Museu Mo, em Vilinus, Lituânia, para 2020, e o Gruuthusemuseum – Musea Brugge, em Bruges, Bélgica.

O Prémio Silleto 2020 foi entregue ao Museu 14 Henrietta Street Dublin, Irlanda, e, o prémio de 2021, ao Museu Etnográfico Kenan Yavuz, em Bayburt, na Turquia, enquanto o Kennet Hudson – atribuído a uma personalidade, projeto ou entidade – para 2020 foi para a House of Austrian History, em Viena, Áustria, e o de 2021, para o CosmoCaixa, em Barcelona, Espanha.

Na área da museologia, o Prémio Museu Europeu do Ano é o principal e o mais antigo dos galardões atribuídos pelo Forum Europeu de Museus, e também o mais prestigiado na Europa, criado para reconhecer a excelência no setor museológico europeu, e promover processos inovadores.

Em 2019, o vencedor do Museu Europeu do Ano foi o Rijksmuseum Boerhaave, em Leiden, e, em 2018, foi distinguido o Museu do Design, em Londres, no Reino Unido.

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