Encontro reúne escritores lusófonos e homenageia Agustina Bessa-Luís

Descrito pelos organizadores como um evento “que marca a agenda cultural do fim do ano de 2022”, o encontro decorre entre 26 e 30 de dezembro pelas 17:00 horas locais (21:00 horas em Lisboa). O evento elebra o centenário do nascimento da escritora portuguesa, transformando-se numa “oportunidade ímpar para se conhecer a produção literária, em língua portuguesa, de outros quatro autores” convidados do Brasil, Macau, Moçambique e Portugal.

Num comunicado divulgado hoje, em Caracas, os organizadores explicam que o encontro é possível “graças aos esforços da Embaixada de Portugal em Caracas, do Camões, Instituto da Cooperação e da Língua e da Coordenação de Ensino Português”, com o apoio do Instituto Português de Cultura, da Feira Literária Internacional de Poços de Caldas no Brasil e do jornal Correio da Venezuela.

No início da primeira sessão, o embaixador de Portugal na Venezuela, João Pedro Fins do Lago, destacou a existência local de uma grande comunidade portuguesa, sublinhando que o ensino do português está em expansão, onde além dos clubes luso-venezuelanos “que desempenham um papel insubstituível e de crucial importância”, há mais de 30 escolas a ensinar a nossa Língua a 9.500 alunos, dos quais 8.900 no ensino oficial.

Por outro lado, o coordenador do Ensino de Português na Venezuela, Rainer Sousa, sublinhou a oportunidade para continuar a divulgar o português e fazer despertar o interesse de mais venezuelanos pela Língua portuguesa, especialmente entre os jovens.

A escritora Fátima Marinho professora da Faculdade de Letras da Universidade do Porto e especialista na obra da falecida autora, apresentou as obras de Agustina Bessa-Luís, que é mais conhecida dentro e fora de Portugal com “A Sibila” (1954), “um clássico da literatura portuguesa” em que a escritora apresenta personagens extraídos de um mundo profundamente português, da vida rural do norte de Portugal, de onde era oriunda.

Segundo Rainer Sousa, a homenageada “é autora de mais de uma centena de livros que ainda são pouco conhecidos no mundo hispânico, onde pelo menos uma dezena foi traduzida para o espanhol”.

No segundo dia do Encontro, na terça-feira 27, participará Afonso Reis Cabral, “um jovem autor português que, com apenas 33 anos de idade, que conquista leitores e críticos” e que “aos 13 anos procurava histórias para contar e aos 15 publicou o seu primeiro livro de poemas chamado “Condensação”.

É autor de dois romances, “O Meu Irmão”, que mereceu o Prémio LeYa, em 2014, e “Pão de Açúcar”, este último, reconhecido com o Prémio José Saramago, em 2019. Em 2017 foi galardoado com o Prémio Europa David Mourão-Ferreira, na categoria de Promessa, e em 2018 ganhou o Prémio Novos, na categoria de Literatura. Reis Cabral é editor independente, explica o comunicado.

Em 28 de dezembro, a poetisa e escritora de ficção brasileira Kátia Bandeira de Mello-Gerlach participará no encontro. Nascida no Rio de Janeiro e radicada em Miami, organizou várias antologias de poemas e é autora vários romances. Em 2018, recebeu o prémio “Escritor sem Fronteiras”, no Festival Literário de Poços de Caldas, no Brasil.

Em 2020, foi escritora convidada para o IX Encontro de Língua Portuguesa, organizado pela universidade UMass Boston e pelo Instituto Camões.

No dia 29 está prevista a participação de Carlos Paradona Rufino Roque (59 anos), de Moçambique, autor de “Tchanaze, Donzela de Sena” (2019) e “N’tsai Tchassassa, a Virgem de Missangas” (2022).

Carlos Paradona começou a publicação de poemas na década de 1980, uma atividade que acompanhou com a produção de contos e de ensaios. Em 1992, apresentou o livro de poemas “A gestação do Luar”. É membro da Associação de Escritores Moçambicanos desde 2002, tornando-se seu Secretário-Geral em 2018.

O Encontro finalizará no dia 30 com Jorge Alberto Hagedorn Rangel, Presidente do Instituto Internacional de Macau (China) e que conta com uma extensa bibliografia dedicada a Macau, mantendo desde há muitos anos, no jornal “Tribuna de Macau”, uma coluna semanal intitulada “Falar de nós”, que tem Macau sempre no centro das suas reflexões.

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