Escola de Mulheres mostra que ‘A loucura é o mais credível oráculo’

O palco acolherá depois “O banquete”, uma discussão sobre o amor, de Miguel Mateus e Luísa Fidalgo, que estará em cena a partir de 20 de maio.

Para a peça inicial, de Cláudia R. Sampaio, são as perguntas que acabam por tomar conta do texto de apresentação: “Se está a ler-me neste momento é porque está dentro da minha cabeça. Saberá dizer-me o que está dentro de uma cabeça? Saberá dizer-me se, neste teatro, neste pensamento, conseguirei chegar à verdade?”, lê-se na folha do espetáculo.

E a dúvida persiste: “A verdade caberá na memória de uma imagem?”

“Muito embora a realidade seja algo que nunca sabemos como é, muito menos através de uma imagem de um lugar que nem sequer sabemos se existe (…), não quer dizer que todas as coisas que realmente existem caibam nesta imagem, nem quer dizer que estejam realmente dentro da minha cabeça”, conclui a apresentação da obra.

Com espaço cénico de Marta Lapa, “A loucura é o mais credível oráculo” tem interpretação e criação conjunta de Margarida Cardeal e Vítor Alves da Silva.

A música original é de Sandra Martins, o desenho de luz, de Paulo Santos e, os figurinos, de Marta Lapa e Vítor Alves da Silva.

Esta peça, a 70.ª produção da Escola de Mulheres, fica em cena nos dias 29 e 30 de abril e de 05 a 16 de maio. Pode ser vista de quarta-feira a domingo, às 20:00.

“O banquete”, de Miguel Mateus e Luísa Fidalgo, sobe ao palco daquela sala de 20 a 23 de maio e, depois, nos dias 27 e 28 de maio, com sessões de quinta-feira a domingo, às 20:00.

“O banquete” resulta de um trabalho de cruzamento de obras selecionadas entre o elenco e a direção do espetáculo, que procura oferecer ao público uma discussão sobre o amor.

O texto surge a partir dessa reflexão transposta em monólogos que se cruzam num processo de colagem. No limite é “um pleonasmo do título”: um banquete entre os atores e o público.

Com direção de Miguel Mateus, “O banquete” tem interpretações de Alice Ruiz, Catarina Rabaça, José Leite, Luísa Fidalgo, Miguel Mateus e Nuno Nolasco.

A música e os arranjos musicais são de Ângela Flores Baltazar, a cenografia, de Rita Capelo, o desenho de luz, de Tasso Adamopoulos e, os figurinos, de Miguel Mateus e Rita Capelo.

A 29 de maio, volta ao Clube Estefânia o Clube de Leitura “Da voz humana”.

Quanto a “O Punho”, a derradeira peça de Bernardo Santareno, estreada pela companhia no final do ano passado, no centenário do escritor, encontra-se em circulação, e estará no Auditório Municipal do Fórum Cultural do Seixal, no próximo dia 22 às 20:30.

Nesta peça, também o derradeiro trabalho da encenadora Fernanda Lapa, fundadora da Escola de Mulheres, “o motor central da ação é a luta de classes no contexto da Reforma Agrária no Alentejo”.

As duas personagens principais — a camponesa Maria do Sacramento e a latifundiária D. Mafalda – são, simultaneamente, protagonistas e antagonistas, duas mulheres “em lados opostos da barricada e que são das mais belas e comoventes personagens do teatro português”, escreve a companhia.

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