Escola no centro do Porto dá lugar a ‘Campus Paulo Cunha e Silva’

Apresentado como um novo centro de residências artísticas e espaço de trabalho para as artes performativas, na cidade do Porto, o ‘Campus Paulo Cunha e Silva’ é um lugar para “pesquisa, criação, remontagem e ensaio” com a missão de explorar e experimentar as disciplinas de dança, teatro, formas animadas, circo contemporâneo, explicou o diretor artístico do Teatro Municipal do Porto, Tiago Guedes, na reunião do executivo de hoje.

Localizado no centro do Porto, mais precisamente na Travessa dos Campos, o novo espaço cujas obras de requalificação estão na fase final, acolherá residências artísticas e técnicas, entre outras, dispondo de quatro estúdios, entre outras valências.

Dirigido pela equipa do Teatro Municipal do Porto/Departamento de Artes performativas da empresa municipal de Cultura e Desporto Ágora, o Campus Paulo Cunha e Silva” estará aberto à comunidade artística que contribuiu para o desenho do programa.

Num total de 56 semanas, as residências artísticas para a temporada 2021-2022 serão selecionados através de ‘open call’ anual com 2/3 do júri externo, sendo privilegiadas candidaturas de artistas locais.

Já as residências técnicas, uma das grandes necessidades apontadas pela comunidade artística na fase de auscultação, terão lugar no Teatro Campo Alegre, permitindo aos artistas e coletivos nacionais em pesquisa, criação ou peças já existentes, contar com o apoio das equipas técnicas de som, luz, vídeo e maquinaria.

Também aqui as residências para a temporada 2021-2022 serão selecionados através de ‘open call’ anual com 2/3 do júri externo, sendo privilegiadas as candidaturas de artistas locais.

A programação inclui ainda ‘Open Calls – Reclamar Tempo’, um programa lançado no primeiro confinamento para incentivar os artistas a continuar a trabalhar e aulas diárias, com a duração de 01:30, num projeto piloto entre setembro e dezembro de 2021.

As aulas destinam-se a profissionais de artes perfomativas e serão lecionadas por formadores locais (50%), nacionais e internacionais – estes, sobretudo advindos da programação do Teatro Municipal do Porto.

Está ainda prevista a cedência de espaços de ensaio gratuito para criadores locais sem apoio financeiro ou técnico.

O espaço, situado na união de freguesias do centro histórico, funcionou até 2013 como escola básica, tendo sido cedido, em 2015, ao Instituto Politécnico do Porto/Escola Superior de Música e Artes do Espetáculo para trabalho na área das artes performativas.

Com cerca de 900 metros quadrados de área construídas, distribuídos por dois pisos, jardim e pátio, o edifício regressou em 2018 à Câmara do Porto, com um plano de reabilitação e requalificação.

“Acho que o Paulo Cunha e Silva, mais de ter uma rua ou uma placa, teria o maior dos prazeres em ter este equipamento com o seu nome”, afirmou o presidente da Câmara do Porto, o independente Rui Moreira, salientando que isto era uma lacuna que há muito estava assinalada.

Os vereadores do PS, Manuel Pizarro, e Ilda Figueiredo da CDU sublinharam a qualidade do projeto apresentando, desejando-lhe sucesso.

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