Festival Angrajazz regressa em outubro com Bill Frisell e Anat Cohen

 

“São dois grupos incontornáveis na cena jazzística mundial da atualidade”, afirmou Miguel Cunha, da Associação Cultural Angrajazz, que organiza o festival, em Angra do Heroísmo, na ilha Terceira, desde 1999.

A 22.ª edição do festival foi adiada, em 2020, devido à pandemia de covid-19, sendo retomada nos dias 01, 02 e 04 de outubro de 2021.

Com um orçamento de 110 mil euros, semelhante ao de edições anteriores, o Angrajazz terá uma lotação mais reduzida, para cumprir as regras das autoridades de saúde, estimando baixar dos habituais 560 lugares para um número entre os 300 e os 350.

A decisão de avançar com a realização do festival em 2021 só foi tomada em junho, por isso a organização optou por não investir em promoção internacional.

“Achámos que não faria sentido estar a despender verbas na promoção internacional, quando íamos ter uma plateia reduzida, não só porque estamos a anunciar o festival mais tardiamente, como também não faria sentido estar a tentar fazer um esforço para trazer gente de fora, quando vai com certeza haver dificuldade de lotação para os terceirenses e açorianos que estarão connosco”, justificou Miguel Cunha.

A associação cultural Angrajazz não acredita, no entanto, que o interregno de um ano afaste o público conquistado ao longo das últimas duas décadas e compromete-se a retomar o trabalho de internacionalização do festival no próximo ano.

“Um dos grandes triunfos da associação cultural é que nós conseguimos criar de facto um público. De ano para ano, notamos que as pessoas cada vez mais sabem a que é que vêm, têm confiança no tipo de programação”, salientou Miguel Cunha.

Como já é tradição, a orquestra Angrajazz, composta por músicos locais, abre o festival, este ano, com um concerto de comemoração do 130.º aniversário do nascimento de Cole Porter, com arranjos de Zé Eduardo.

A primeira noite conta ainda com o trio do pianista Vincent Meissner, “um trio muito jovem, de músicos nos 20 anos”, que “lançaram o primeiro disco este ano e tiveram grandes referências e elogios da crítica”.

O segundo dia do festival abre com o quinteto português de Jeffrey Davis, vibrafonista nascido no Canadá, que se mudou para Portugal aos 4 anos, “um músico muito premiado”, que “tem um currículo invejável” e que é acompanhado por “músicos portugueses conceituados”.

Dos Estados Unidos chega o quarteto do saxofonista Don Braden, acompanhado pela cantora Trineice Robinson, que aos 40 anos lançou o seu primeiro disco, apesar de uma longa carreira, dedicada sobretudo ao ensino.

A última noite será também marcada pelo jazz norte-americano, com o trio de Bill Frisell, que a organização confessou tentar trazer aos Açores há mais de uma década.

“O Bill Frisell, juntamente com a Mary Halvorson, é o guitarrista mais conceituado do jazz internacional”, sublinhou Miguel Cunha.

O festival encerra com o decateto da norte-americana Anat Cohen, “há anos considerada a melhor clarinetista do mundo do jazz pela revista DownBeat”.

Para além dos concertos pagos, com preços entre os cinco e os 20 euros por dia, o festival terá nove espetáculos gratuitos em locais a anunciar no centro histórico de Angra do Heroísmo, com três grupos locais e um composto por músicos nacionais, entre 24 de setembro e 02 de outubro.

Estão previstas ainda duas ações de divulgação junto das escolas e uma ação de formação para músicos.

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