Festival de BD cancela exposição de Bastien Vivès por causa de polémica

O festival de Angoulême, um dos mais importantes encontros europeus dedicados à banda desenhada, cumpre a 50.ª edição em janeiro e uma das exposições previstas seria dedicada ao autor francês Bastien Vivès, a quem a organização deu carta branca.

No entanto, o festival anulou esta exposição, na sequência de protestos e ameaças contra Bastien Vivès, acusado de incitar à pornografia infantil e ao incesto através das obras de banda desenhada.

Bastien Vivès, 38 anos, e já premiado anteriormente por Angoulême, é autor de ‘Polina’ e ‘Uma irmã’ – ambos editados em Portugal – e ainda do álbum ‘Le goût du chlore’ e coautor da série ‘Lastman’. Uma das obras polémicas em causa é ‘Petit Paul’, uma BD para adultos editada numa coleção intitulada ‘Porn’Pop’, da editora Glénat, e que é protagonizada por um rapaz.

A agência France-Presse lembra que as bandas desenhadas “mais controversas de Bastien Vivès retratam menores em cenas de sexo, algumas das quais com contornos incestuosos”.

O anúncio de uma exposição em Angoulême desencadeou protestos, incluindo uma petição com mais de 100.000 assinaturas.

Em comunicado, o festival defendeu a liberdade de expressão do autor, sublinhou que Vivès está a ser julgado nas redes sociais e não na justiça, mas cancelou a exposição por terem sido feitas ameaças não só ao autor como a elementos da organização, não estando reunidas as condições de segurança para a realizar.

Em declarações na segunda-feira ao Le Parisien, Bastien Vivès negou as acusações dizendo: “Não sou pedófilo e não, isso não é uma fantasia minha. Perceberão isso se quiserem ler honestamente os meus livros”.

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