Filarmónica de Minas Gerais faz estreia europeia com concertos por cá

A Filarmónica, sob a direção musical do maestro Fabio Mechetti, apresentar-se-á na Casa da Música, no Porto, no dia 6 de setembro, no dia seguinte estará no jardim em frente à Torre de Belém, em Lisboa, no dia 8, no vizinho Centro Cultural de Belém (CCB), e, no dia 09, no Convento S. Francisco, em Coimbra.

A Filarmónica de Minas Gerais apresenta dois programas. Nos concertos no Porto, no CCB e em Coimbra, interpretará a Abertura Sinfónica n.º 3, de Joly Braga Santos, Choros n.º 6 e Bachianas Brasileiras n.º 3, de Heitor Villa-Lobos, e a “abertura” e “alvorada” da ópera “O Escravo”, de Carlos Gomes.

Estes concertos contam, como solista, com o pianista brasileiro Jean-Louis Steuerman.

O concerto no relvado em frente à Torre de Belém, no dia 7 de setembro, faz parte da programação “Lisboa na Rua”, e serão tocadas obras de Alberto Nepomuceno, Eleazar de Carvalho, Francisco Mignone, Gilberto Mendes, Guerra-Peixe, Lorenzo Fernandez e Carlos Gomes, e a Abertura Sinfónica n.º 3, do compositor português Joly Braga Santos.

“Levaremos ao nosso país-irmão um repertório luso-brasileiro, com obras significativas do melhor da música sinfónica dos dois países e a participação de Jean-Louis Steuerman, um dos nomes mais importantes dentre os pianistas brasileiros. Os concertos consolidarão o trabalho que a Filarmónica vem fazendo há quase quinze anos, como algo que representa o melhor da cultura brasileira”, afirma, no comunicado hoje divulgado, o maestro Fabio Mechetti, que dirige a OFMG desde a sua fundação, em 2008.

A digressão realiza-se na semana em que o príncipe Pedro, filho do rei João VI de Portugal, proclamou a independência do Brasil da coroa portuguesa, processo que se desenrolou entre 1821 e 1825, ano em que Portugal e Brasil assinaram o Tratado de Amizade e Aliança.

A 07 de setembro de 1822, o infante Pedro deu o chamado “grito de Ipiranga” (“Independência ou morte!”), nas margens do rio Ipiranga, em S. Paulo, sendo esta oficialmente a data da independência da então colónia portuguesa, já Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, de Lisboa.

Em outubro desse ano, Pedro foi aclamado Pedro I, Imperador do Brasil, e coroado a 01 de dezembro.

Durante a digressão da Filarmónica, é editado um álbum constituído por obras compostas por Pedro I do Brasil (Pedro IV Portugal, de março a maio de 1826), que morreu no Palácio de Queluz, em setembro de 1834, aos 35 anos.

Este álbum é o terceiro da filarmónica no âmbito da série “A música do Brasil”, projeto realizado em parceria com o Ministério dos Negócios Estrangeiros do Brasil, com o selo da discográdica Naxos.

O álbum conta com a participação de Jean-Louis Steuerman.

O pianista, em 1972, ficou em 2.º lugar no Concurso Johann Sebastian Bach, em Leipzig, na Alemanha.

Steuerman apresentou-se como solista com a Sinfónica de Londres, sob a direção de Claudio Abbado (1933-2014), com a Royal Philharmonic, sob a batuta de Yehudi Menuhin e a de Vladimir Ashkenazy, entre outras orquestras.

Steuerman gravou a obra completa de Mendelssohn para piano e orquestra, com a Moscow Chamber Orchestra, e as seis Partitas de Bach, gravação que lhe valeu um Diapason d’Or.

A OFMG foi criada em 2008 e é constituída por 90 músicos.

Além de concertos, a Filarmónica faz “apresentações didáticas, programas para desenvolvimento de novos talentos nas áreas de composição e de direção de orquestra” e várias digressões.

A OFMG tem nove álbuns editados, um dos mais recentes, com obras de Alberto Nepomuceno e Almeida Prado.

Recebeu uma nomeação para os Grammy Latinos de 2020, na categoria de melhor álbum de música erudita.

O maestro titular da OFMG, Fabio Mechetti, nasceu há 64 anos em São Paulo.

Foi maestro principal da Filarmónica da Malásia, entre outras orquestras, maestro-residente da Sinfónica de San Diego, e titular das sinfónicas de Syracuse, Spokane e Jacksonville, sendo, atualmente, maestro emérito destas duas últimas orquestras.

Mechetti foi maestro associado de Mstislav Rostropovich, na Sinfónica Nacional de Washington.

O maestro tem dirigido nos Estados Unidos, México, Peru, Venezuela, Nova Zelândia, Espanha, Japão, Escócia, Finlândia, Canadá, Suécia, Itália e Dinamarca, além do Brasil. Entre outros galardões, venceu o Concurso Internacional de Regência Nicolai Malko.

Leia Também: Évora. Viola campaniça ‘cruza-se’ com voz moçambicana e música eletrónica

Deixe um comentário