Infância em foco nas novas exposições do Centro Português de Fotografia

“Gentes, Lugares, Quotidianos: fotografias sociais do Grande Porto” é o título da exposição coletiva que reúne trabalhos de sociólogos e fotógrafos que aliam a dimensão social, política e artística da fotografia na observação do Grande Porto a partir de temas particulares.

A sociologia e a fotografia emergiram na mesma altura, quando o sociólogo Auguste Comte publicou a obra “Discurso sobre o Espírito Positivo”, em 1844, e Louis Daguerre apresentou publicamente o daguerreótipo em 1839, recorda um texto do CPF sobre esta exposição.

“No início do século XX, a fotografia ganha alento enquanto ferramenta para expor os problemas da sociedade. Durante a Grande Depressão, as fotografias dos fotógrafos e fotógrafas ao serviço da Farm Security Administration norte-americana são sustentadas por guiões fotográficos desenvolvidos por cientistas sociais”, recorda ainda, sobre o contexto histórico.

Em 1974, “Howard Becker publicou o seminal artigo ‘Photography and Sociology’ no qual defende a importância da informação visual, particularmente da fotografia, na análise sociológica”, acrescenta, sublinhando que esta exposição coletiva “vai [ao] encontro desse repto que, 48 anos mais tarde, continua tão atual quanto urgente”.

Nesta mostra coletiva participam Ana Clara Roberti, Beatriz Lacerda, Bianca Stanea, Catarina Ribeiro, Celso Pais, Eduardo Silva, Filipe Santos, Francisco Rocha, Inês Barbosa, João Aguiar e João Pedro Rocha.

Jorge Ferreira, Lígia Ferro, Luís Coelho, Luís Pisco, Miguel F, Paulo Cotim, Paulo Pimenta, Pedro Alegria, Rui Pedro Oliveira e Vanessa Rodrigues também participam na coletiva.

“A Luz da Infância” é a outra exposição que vai ser inaugurada no mesmo dia, produzida pelo CPF com fotografias de vários fundos que pertencem ao arquivo, que remetem para a conceção desta fase da vida em vários cenários.

Nesta mostra, as imagens “revelam múltiplos significados e apresentam um potencial extraordinário enquanto linguagem representativa”, segundo o texto divulgado pelo CPF.

Esta exposição integra vários fundos pertencentes ao CPF, nomeadamente o Fundo Conde de Alpendurada, o Fotografia Alvão, Otávio Lixa Filgueiras, João Martins, Manuel Pinheiro da Rocha, Alberto Marçal Brandão e Aurélio da Paz dos Reis.

Através de cenas simples, do quotidiano entre os anos 1901 a 1969, é revelada “não só a beleza ímpar, suave, doce e até meio inocente da infância e da infantilidade, mas também a consciência de que para além da beleza estética existe o que não é belo, como as disparidades e problemas sociais, como trabalho infantil e institucionalização de crianças”.

Após a cerimónia de inauguração, às 16h00, o fotojornalista Paulo Pimenta e o investigador Eduardo Silva farão uma visita guiada.

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