Jacinta: ‘Sonhos de Liberdade’ "transmite uma mensagem de força interna"

A 57.ª edição do Festival da Canção começa já no próximo sábado, dia 25 de fevereiro. No total, são 20 os concorrentes a querer representar Portugal na Eurovisão, em Liverpool.

O Notícias ao Minuto falou com todos os autores em competição e Jacinta não foi exceção. A artista, que conta com quase 30 anos de carreira internacional como cantora de jazz, decidiu responder ao nosso questionário em conjunto com Joana Gil, a coautora de ‘Sonhos de Liberdade’, a canção que os Bolha vão interpretar.

De acordo com a RTP, Jacinta foi a primeira artista portuguesa a ser editada na prestigiada Blue Note Records, com o álbum ‘Tribute to Bessie Smith’, que lhe deu o único Disco de Ouro da história do jazz português, por vendas acima dos 25 mil exemplares. Já recebeu diversos prémios e nomeações, tais como a de melhor jovem artista de jazz da Europa em 2007.

Porque é que quis participar no Festival da Canção?

Porque é uma grande honra poder fazer parte de um evento tão prestigiado e com tanta história

Já era fã do Festival da Canção? E da Eurovisão?  

Durante muitos anos, era um dia muito importante do ano para todos nós – depois, desliguei-me completamente, na época em que perdeu o formato original.

Qual é para si a melhor música de sempre do Festival da Canção?

Há muito boas canções mas talvez nomeasse a canção ‘E Depois do Adeus’ cantada por um exímio cantor e músico, Paulo de Carvalho, mas também pelo valor simbólico que tem na história.

Que mensagem transmite a música ‘Sonhos de Liberdade’?

Transmite uma mensagem de força interna, de movimento, que se percebe logo no início da canção, quando começamos numa toada em 6/8, que dá a sensação de um movimento circular que não para.

Consegue levantar um pouco o véu de como será a atuação?

Muita luz e muita cor, contrariando talvez um pouco a tradição “escura” e neutra que se associa ao jazz.

Como estão a correr os ensaios? Com que frequência ensaiam?

Muito bem! Os Bolha são animais de palco, altamente dedicados, criativos e empenhados, temos a certeza de que vai ser uma grande performance.

De que forma olha para as restantes canções e intérpretes desta edição do Festival?

Olho com grande respeito e considero a escolha das 20 canções muito importante para a ‘descentralização’ da música portuguesa… reparámos que há artistas de muitas regiões do país, o que nos deixa muito satisfeitos.

Quais são as suas expetativas face à participação no Festival da Canção? O que seria um bom resultado?

A primeira expectativa foi alcançada ao construirmos uma canção que representa muito bem o meu estilo jazzístico contido na harmonia e ainda a identidade dos Bolha, o que se deve à Joana Gil que fez um arranjo que nos une nas nossas diferenças. Confesso (confessamos) que seria ouro sobre azul chegarmos à final… No nosso entender, seria uma mais-valia para a música portuguesa pois nem sempre há espaço para que novos estilos, novas sonoridades entrem em casa de muitos portugueses.

Depois da participação no Festival da Canção, o que se segue? 

Não sabemos bem o que esperar pois a nossa música não está muito dentro dos padrões musicais mais ouvidos pelo público português… Contudo, o nosso trabalho nunca para e estão vários discos na forja – tanto da nossa parte (Jacinta e Joana Gil) como dos Bolha.

Que portas é que acha que o Festival da Canção pode abrir para o futuro?

Acredito que pode haver uma maior abertura para todos os intervenientes, vamos seguramente atingir um público mais alargado e esperamos ver-nos a atuar em muitos auditórios do país.

Leia Também: April Ivy: “‘Modo Voo’ é uma música de superação e empoderamento”

Deixe um comentário