João Cutileiro: José Pedro Croft lamenta morte de "amigo e mestre"

“Fui seu assistente, na altura eu estava a estudar pintura e convidou-me para trabalhar com ele, e eu fui, larguei tudo e fui para Lagos. Foi uma amizade que durou mais de 40 anos”, disse José Pedro Croft.

Em declarações à Lusa, o artista considerou que Cutileiro foi “uma referência” para o seu trabalho e para a sua vida “na ética e como modelo, de enorme talento e enorme coragem de ser artista num país que também não é fácil”.

“É uma obra grande, que fica difícil de resumir em poucas frases”, frisou, realçando a “enorme vitalidade e a enorme vontade de viver” de João Cutileiro.

Croft recordou ainda que Cutileiro começou nos anos 1950, numa altura em que “a escultura estava muito dependente das encomendas da estatuária”.

“O João seguiu um caminho de autonomia, de liberdade, de autossuficiência, de não ter nenhuma dependência em relação aos poderes para fazer exatamente aquilo que queria fazer”, afirmou.

“Quando o conheci, no final dos anos 1970 funcionava como uma bússola, uma pessoa que direcionada e, ao mesmo tempo, era um amigo que funcionava como âncora, que também nos dava chão e também nos recebia de braços abertos quando tínhamos problemas. Foi uma relação de grande privilégio e que guardarei para sempre”, acrescentou.

O escultor João Cutileiro, que morreu hoje, aos 83 anos, estava internado num hospital de Lisboa com graves problemas do foro respiratório.

João Cutileiro é autor do Monumento ao 25 de Abril, instalado no Parque Eduardo VII, em Lisboa, entre muitas outras obras.

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