Legado de Manuel I evocado ao longo de um ano

Sob o título ‘D. Manuel I 500 anos – Luz a D. Manuel’, o programa inicia-se no dia 13, no Mosteiro dos Jerónimos, e termina um ano depois, na Torre de Belém, disse à Lusa a diretora dos dois monumentos nacionais, Dalila Rodrigues.

Na segunda-feira, o Mosteiro dos Jerónimos recebe uma missa evocativa do rei que fundou e foi mecenas do edifício que é também Património Mundial, celebrada pelo cardeal-patriarca de Lisboa, Manuel Clemente, com a participação do Polyphonos Ensemble.

De seguida, haverá um concerto com a soprano Maria Cristina Kiehr e o alaudista Ariel Abramovich, que vão interpretar um programa com o título ‘Imaginário em torno de uma nação ibérica: Música da época de D. Manuel I’, enquanto o Bando de Surunyo interpretará o programa “Correi Pecadores! As Poeticas Devocionais na Ibéria de Avis”.

O concerto termina com o Nova Era Vocal Ensemble e o programa ‘Continuidade e renovação na música sacra portuguesa dos séculos XVI e XVII’.

A partir deste dia, são também colocados em destaque os “desenhos incisos realizados por João de Castilho, o 2.º ‘Mestre das obras do mosteiro’, entre 1516 e 1530, na parede interior norte, junto à porta por onde se sairá para o claustro”.

Entre 13 de dezembro deste ano e o mesmo dia de 2022, vão acontecer concertos, colóquios e conferências, de acordo com o texto enviado à Lusa, para além da estreia de um filme intitulado “Luz a D. Manuel”, de Ivan Dias.

Também como já anunciado, a armadura dita de D. Manuel I (1469-1521) vai estar exposta na Sala do Capítulo do mosteiro, em empréstimo especial do Musée de l’Armée, em Paris, até 19 de abril.

“Nenhum outro local permite evocar tão legítima e plenamente o rei D. Manuel I como o Real Mosteiro de Santa Maria de Belém, vulgarmente designado por ‘Mosteiro dos Jerónimos’. Mandado erigir no início do seu reinado, ostenta no Portal principal o seu retrato, ‘tirado do natural’, e acolhe, na capela-mor, o seu túmulo”, lembrou Dalila Rodrigues no mesmo texto.

A historiadora de arte recordou que “a par do Mosteiro dos Jerónimos, a Torre de Belém, edificada entre 1514 e 1519, será valorizada como um dos ícones do legado de D. Manuel I”.

“Sendo desnecessário evocar a importância atribuída a estes dois monumentos ao longo dos séculos — embora sejam muitas e diversas as leituras e os significados que urge analisar criticamente –, não será despiciendo referir o seu valor no âmbito da arte e da arquitetura do reino português no último período dos Descobrimentos, no ciclo da dinastia Avis-Beja”, acrescentou.

Nascido em Alcochete, em 1469, foi o 14.º rei de Portugal, tendo subido ao trono em 1495 e morrido em 1521, em Lisboa, sendo conhecido também pelo cognome de “O Venturoso”.

Durante o seu reinado foi cumprida a primeira viagem do caminho marítimo até à Índia e uma armada portuguesa alcança a costa do Brasil pela primeira vez. Pouco depois de assumir a coroa, foi responsável pela expulsão do país de judeus e mouros que recusassem o batismo.

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