"Margem" marca abertura do Festival de Teatro de Cádiz

Segundo informação da Direção-Geral das Artes (DGArtes), “Margem”, que será apresentado no Gran Teatro Falla, e a peça “Frida Kahlo”, da atriz Cláudia Gaiolas, constituem a representação portuguesa no festival.

Inspirado em “Capitães da Areia”, romance publicado em 1937, que retrata um grupo de crianças e adolescentes abandonados a viverem nas ruas de São Salvador da Baía, “Margem” fala de “jovens em risco, na periferia da vida (…) desconstruído e reconstruído pela escrita de Joana Craveiro”, como se lê na apresentação do espetáculo, no ‘site’ do Teatro Nacional São João (TNSJ), no Porto, que acolheu em 2020, depois da estreia em 2018, no Centro Cultural de Belém, em Lisboa.

Ao diálogo entre a coreografia de Victor Hugo Pontes e o livro de Jorge Amado, sobrepõe-se assim “uma segunda camada, a das histórias de vida, recolhidas em pesquisa prévia, de crianças institucionalizadas da Casa Pia e do Instituto Profissional do Terço, e ainda uma terceira, feita das memórias e experiências dos próprios intérpretes e do seu processo de construção do espetáculo”, acrescenta o texto de apresentação.

“A meio caminho entre a dança e o teatro documental, movido por uma banda sonora urgente e tribal, é assumidamente um trabalho ‘muito político’. Racismo, sexo, revolução e morte afloram igualmente, mas há uma energia vibrante a percorrer ‘Margem’, e essa energia persiste e resiste”, conclui o texto da folha de sala do TNSJ.

Quanto a “Frida Kahlo”, de Cláudia Gaiolas, terá quatro apresentações em Cádiz, em espaços públicos e colégios, entre 22 e 25 de outubro.

“Frida Kahlo” faz parte de uma série de quatro espetáculos criados por Cláudia Gaiolas, a partir da coleção de livros Antiprincesas, editada pela Tinta-da-China e a Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural de Lisboa (EGEAC), sobre mulheres que marcaram a História: a pintora mexicana Frida Kahlo, a compositora e cantora chilena Violeta Parra, a militar boliviana de origem indígena Juana Azurduy e a escritora brasileira Clarice Lispector.

A presença portuguesa em Cádiz é apoiada pela DGArtes, segunto este organismo, “devido à relevância do FIT de Cádiz, para a promoção e afirmação da presença da cultura e da criação artística contemporânea portuguesa em Espanha e no espaço Iberoamericano”, assim como “pela relevância da participação dos artistas e programadores portugueses para os objetivos de programação do festival”.

O Festival Iberoamericano de Teatro de Cádiz, fundado em 1986, é organizado pelo Ayuntamiento de Cádiz com a Fundación Municipal de Cultura, e apoio do Instituto Nacional de las Artes Escénicas y de la Música.

A 37.ª edição conta com a participação de dez países, 20 espetáculos e quatro produções e coproduções internacionais, a apresentar até ao próximo dia 30 de outubro.

Leia Também: Sete Sóis Sete Luas leva cultura do Mediterrâneo e da lusofonia a Pombal

Deixe um comentário