Mario Vargas Llosa e Fernando Savater criticam nacionalismos e populismos

Numa palestra que será divulgada na Internet (bastaya2020.info), o prémio Nobel da Literatura Mario Vargas Llosa defendeu que União Europeia é um projeto “profundamente democrático” que se encontra ameaçado por movimentos nacionalistas que “conspiram contra essa democracia inspirada na legalidade e na liberdade”.

O Nobel peruano falava numa cerimónia que recorda a entrega, em 2000, do prémio Sakharov para a Liberdade de Pensamento ao movimento espanhol BastaYa!, que une pessoas de vários quadrantes políticos contra o terrorismo e a violência e contra a proposta de um estatuto autónomo para o País Basco.

Varga Llosa disse que o movimento BastaYa! é a prova de que “um grande número de bascos que defendem a democracia, que são pela liberdade, mas que de forma alguma aceitam a imposição de um nacionalismo étnico, que, pela violência, quer mostrar a identidade do País Basco perante o mundo”.

Contudo, o escritor Fernando Savater acredita que, se fosse hoje, o movimento BastaYa! não teria recebido o prémio Sakharov, por causa do “grande número de populistas”, pessoas que “não acreditam na cidadania, mas sim na adesão cega a massas mais ou menos amorfas, a que eles chamam de povos, e contradições inventadas”.

Nem o atual Parlamento espanhol, acrescentou Savater, daria esse prémio ao movimento Bastaya!, já que “hoje, a maioria dos grupos (parlamentares) apoia uma xenofobia separatista com mais ou menos veemência”.

A eurodeputada e porta-voz do partido União Progresso e Democracia do Parlamento Europeu Maite Pagaza disse que, perante o aumento dos “partidos de identidade de extrema direita, mas também dos partidos bolivarianos“, é necessário reivindicar “a Europa dos cidadãos, dos indivíduos, com direitos e obrigações”.

Os três participantes na cerimónia dos 20 anos da entrega do prémio Sakharov ao BastaYa! incentivaram os jovens a envolverem-se na política, porque, nas palavras de Pagaza, a luta pela liberdade, a luta pelo espaço da democracia, pela pluralidade ideológica, continua”.

Deixe um comentário