Ministra da Cultura lembra "intérprete de exceção e músico completo"

“Paulo Gaio Lima marcou a história da música portuguesa, sendo um dos mais prestigiados violoncelistas da sua geração, com reconhecimento nacional e internacional, num percurso profissional extraordinário, tanto enquanto intérprete como professor”, afirma Graça Fonseca.

A ministra salienta a “grande projeção nacional e internacional” de Gaio Lima, que se “apresentou regularmente em festivais de música, tanto em Portugal como no estrangeiro, bem como com orquestras de todo o mundo, tendo sido solista da Orquestra Metropolitana de Lisboa entre 1992 e 2000”.

A titular da pasta da Cultura sublinha igualmente a atividade docente de Gaio Lima na Escola Superior de Música de Lisboa e na Academia Nacional Superior de Orquestra, e a sua colaboração com as universidades de Évora e do Minho.

Nascido no Porto, em 09 de março de 1961, Paulo Gaio Lima foi aluno de Madalena Sá e Costa, no Conservatório de Música desta cidade, e de Maurice Gendron, no Conservatório Superior de Paris, onde viveu durante sete anos.

A par da atividade docente, Paulo Gaio Lima desenvolveu uma carreira como solista. Fez parte do Quarteto Verdi de Paris e do Artis Trio, com o violinista Aníbal Lima e o pianista António Rosado. Antes de liderar o naipe de violoncelos da Metropolitana, foi também ‘violoncelo solo’ convidado da Orquestra Sinfónica do Reno, na Alemanha, em 1987.

Apresentou-se regularmente em festivais de música em Portugal e além-fronteiras, tocou com orquestras em toda a Europa, de Lisboa a Moscovo, e de outros continentes, da China ao Brasil. Foi também um intérprete privilegiado de música contemporânea e das suas formações, entre as quais se recordam Alternance, L’Itinéraire, Poikilon, Divertimento di Milano e o Grupo Música Nova, de Cândido Lima.

Fez a primeira audição de obras de compositores como Pascal Dusapin e Philippe Hersant.

Gravou em disco concertos de Luigi Boccherini, o Triplo Concerto de Beethoven, com o violinista Geraldo Ribeiro e o pianista Pedro Burmester, obras de Brahms e Schumann, assim como peças do repertório português de música de câmara.

Entre as suas mais elogiadas gravações está “”Monodia—Quasi um Requiem”, de António Pinho Vargas, com o Quarteto de Cordas Olisipo, e “Poetica dell’Estinzione secondo Mikhail Sergueievitch”, do mesmo compositor, no mesmo álbum (EMI/Warner), integrado num conjunto instrumental de câmara, dirigido por Álvaro Salazar.

Foi também intérprete de Carlos Marecos, Cláudio Carneyro, Joly Braga Santos, entre outros compositores.

A sua atividade pedagógica, sempre presente no seu percurso, expandiu-se igualmente a instituições de Espanha, França, Brasil, Áustria e Estados Unidos da América.

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