Ministra destaca "figura inesquecível da televisão e dos palcos"

 

A atriz estava internada no Hospital Garcia de Orta, em Almada, na sequência de um aneurisma cerebral que sofreu no dia 30 de abril, durante as gravações da telenovela “A Serra”.

Maria João Abreu foi submetida a intervenções cirúrgicas e ficou em coma induzido, acabando por morrer hoje.

Nascida em Lisboa, a 14 de abril de 1964, Maria João Gonçalves Abreu Soares iniciou a carreira profissional no teatro, em 1983, quando, com 19 anos, se estreou profissionalmente no Teatro Maria Matos, no musical “Annie”, de Thomas Meehan, dirigido por Armando Cortez.

“Atriz destemida e versátil, capaz de nos surpreender e encantar em todos os registos, da revista ao experimental, pertence a um elenco restrito de atrizes que marcaram a história recente do teatro português, nomeadamente pelo empenho com que se dedicou na revitalização do teatro de revista”, destacou Graça Fonseca, em comunicado, no qual envia “sentidas condolências” à família.

A ministra recordou o percurso de mais de trinta anos da atriz, que se fixou principalmente na televisão, mas sem nunca deixar de marcar presença nos palcos, que assumia como a sua grande paixão.

Considerando que os seus papéis deixam “uma memória inapagável”, de que são exemplo as suas interpretações em “As Presidentes”, “A Rainha do Ferro-Velho” ou “Fenda”, Graça Fonseca afirmou que Maria João Abreu se revelou “uma atriz sensível, multifacetada e inteligente, cujo talento e dedicação eram reconhecidos no modo como respondia aos textos aos quais se entregava”.

“Com um percurso profissional em permanente diálogo com os públicos mais diversos, muito através das suas participações televisivas, Maria João Abreu era um dos rostos e vozes mais reconhecidos pelo público português. Com o seu talento e com o empenho e exigência que colocava na construção das suas personagens, Maria João Abreu participou em alguns dos programas mais marcantes da história recente da televisão portuguesa, cujo sucesso é indissociável dos papéis que a atriz interpretava”, destacou.

A televisão foi o meio em que mais trabalhou e que lhe deu maior visibilidade, tendo participado em mais de 60 programas, entre telefilmes, séries e telenovelas.

No cinema, trabalhou com Jorge Silva Melo, João Mário Grilo, António-Pedro ou Vicente Alves do Ó, entre outros, com destaque para o seu papel em “A Mãe É que Sabe” (2016), de Nuno Rocha.

“A cultura portuguesa perde hoje uma das suas atrizes mais marcantes, que sempre aceitou a sua popularidade não como um pedestal, mas como uma forma de constantemente se desafiar e de arriscar e inovar nos palcos”, acrescenta o comunicado, destacando ainda o “lado humano, de mulher generosa e atenta às causas sociais” às quais Maria João Abreu se dedicava.

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