Ministro sonhava tocar numa banda e os 5.ª Punkada fizeram-lhe a vontade

Amante de punk rock, Pedro Adão e Silva foi abanando a cabeça ao som dos 5.ª Punkada, que lhe preparam um pequeno concerto na sede do grupo, na Quinta da Conraria da Associação de Paralisia Cerebral de Coimbra (APCC).

No final de quatro canções — uma delas criada há uma semana -, o ministro da Cultura admitiu que, em tempos, sonhou fazer parte de uma banda.

Perante a confidência, Paulo Jacob, musicoterapeuta que coordena o grupo, desafiou Pedro Adão e Silva para experimentar o Soundbeam, um sistema com sensores que permite gerar som a partir do movimento da mão — instrumento usado normalmente no grupo pelo vocalista da banda, Fausto Sousa.

Ainda que hesitante, o ministro acabou por participar, tocando no Soundbeam num pequeno ‘encore’ protagonizado pela banda que já tem 29 anos de vida e que gravou em 2021 o seu primeiro disco, ao qual se sucederam vários concertos pelo país.

“Eu gosto muito de música, mas tenho total ausência de talento para a música”, afirmou aos jornalistas Pedro Adão e Silva, no final da apresentação, que decorreu ao fim da tarde de hoje em Coimbra.

Apesar de não conhecer os 5.ª Punkada, o ministro reviu-se na sua linguagem, pelo gosto que nutre pelo género musical.

“Eu não tenho esta visão quase paternalista em que a cultura tem um papel na inclusão social e é isso que valorizamos. Eu hoje vi várias coisas com grande valor artístico em si. Há esse lado de derrubar barreiras, em que a cultura tem mesmo uma capacidade única, mas, ao derrubar barreiras, tem um valor artístico em si”, realçou Pedro Adão e Silva, que visitou hoje um projeto que cruza a arte e a saúde mental, em Lisboa, um outro de uma companhia de dança que nasce de uma parceria com a Associação de Paralisia Cerebral de Lisboa, e ainda a iniciativa “Ópera na Prisão”, no estabelecimento prisional de Leiria.

Paulo Jacob explicou ao ministro que a banda nasceu da vontade de Fausto Sousa, o único elemento que está na banda desde a sua fundação, que lutou “contra um mar de adversidades” para que o grupo pudesse existir.

“Rumou contra a maré e estamos aqui hoje a celebrar essa obstinação”, realçou o musicoterapeuta.

Paulo Jacob salientou ainda que a reação das pessoas à banda “é cada vez mais positiva”.

“As pessoas até choram, porque nós tocamos com a alma”, acrescentou o guitarrista da banda, Jorge Maleiro.

“A cultura é uma arma de destruição maciça para derrubar barreiras – barreiras socioeconómicas, barreiras culturais, políticas e também barreiras físicas. Os vários projetos que eu vi hoje […] têm esse traço comum: a capacidade da criação artística, da cultura derrubar barreiras e isso é uma lição”, disse aos jornalistas Pedro Adão e Silva.

No final do concerto e com o arrastar das horas, o baterista da banda, Miguel Duarte, fez as despedidas para apressar a comitiva a ir-se embora.

“Pronto, finito. Obrigado, pessoal”, afirmou, já com pressa para ir jantar.

Antes de se ir embora, o ministro ainda foi desafiado pelo guitarrista Jorge a voltar para mais um ensaio.

“Venha mais vezes, que isto é muito bom”, disse.

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