Museu Machado Castro em Coimbra expõe esmaltes em Portugal em azul e ouro

“Esta exposição, dedicada ao trabalho artístico em esmalte, apresenta um conjunto de peças produzidas entre os séculos XII e XIX, reunindo e confrontando as várias técnicas utilizadas em objetos litúrgicos, devocionais e de aparato”, revela o Museu, numa nota de imprensa.

Entre as peças em destaque estão “as 26 placas originárias do Mosteiro de Santa Cruz”, em Coimbra, que “assumem relevante protagonismo que exprime verdadeira cumplicidade entre os materiais, as técnicas e uma plasticidade vinda da força criativa do século XVI”.

Segundo a comissária da exposição, Ana Paula Machado, para além das placas do Mosteiro de Santa Cruz, destacam-se também o tríptico da Paixão de Cristo, do Museu Nacional Frei Manuel do Cenáculo, em Évora, e dois cofres da Sé de Viseu, datados do século XIII.

‘Azul e Ouro. Esmaltes em Portugal da Época Medieval à Época Moderna’ leva a Coimbra “vários tesouros nacionais” de coleções portuguesas e internacionais, pretendendo o catálogo da exposição “fazer memória de carismáticas coleções portuguesas de esmaltes”.

Entre elas, a coleção de Fernando II, a coleção Palmela e a coleção do Conde Daupias, hoje dispersas por museus como o Metropolitan de Nova Iorque, o Victoria & Albert, em Londres, a Grune Gewölbe, em Dresden, ou o Petit Palais, em Paris.

A exposição ‘Azul e Ouro. Esmaltes em Portugal da Época Medieval à Época Moderna’, estreou-se em julho no Museu Nacional de Soares dos Reis, no Porto, naquela que foi, segundo a instituição, a “primeira exposição em Portugal dedicada em exclusivo ao esmalte artístico”.

“A aplicação de esmalte, que é feita essencialmente em objetos religiosos, devocionais, de aparato, mas também em ourivesaria, tem duas fases. A primeira, de esmalte ‘champlevé’ e a segunda de esmalte pintado”, aponta a comissária.

Ana Paula Machado realça a “beleza, o pormenor e a técnica” das peças expostas, produzidas entre os séculos XII e XIX, sobretudo nas oficinas da região francesa de Limoges, que produziu o esmalte ‘champlevé’, de meados do século XII até ao final do século XIV, e “ao contrário do que se pode pensar, teve uma rápida difusão pela Europa”.

“As peças em esmalte refletem a história do gosto europeu ao refletirem a época em que são produzidas e a própria História do esmalte reflete a história da Europa”, salienta Ana Paula Machado.

Além de peças ornamentadas com aquelas técnicas, a exposição conta com peças representativas de outras técnicas de esmaltagem, de “singularidade técnica” e preponderantes nas coleções portuguesas, usadas na ourivesaria portuguesa dos séculos XV a XVII.

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