Neste Dia da Mulher, leia (e releia) estes 10 livros sobre feminismo

Celebrado anualmente a 8 de março, o Dia Internacional da Mulher é, atualmente, um pretexto para juntar aquele grupo de amigas que já não se veem há muito, escapando da correria do dia a dia entre conversas, risos e bebida.

Contudo, as suas origens remontam ao início do século XX, à boleia dos movimentos feministas que espoletaram nos Estados Unidos e na Europa, e de conquistas como o direito ao voto, a igualdade salarial, a maior representação em cargos de liderança, a proteção em situações de violência física ou psicológica, e o acesso à educação. Mas estes são direitos que, para muitas mulheres em diversos pontos do globo, ainda não estão garantidos.

Assim, a data celebra não só o passado e o caminho traçado até ao momento, como também recorda aquele que ainda falta percorrer, em busca de mundo mais justo, onde todos têm os mesmos direitos, independentemente da forma como se identificam. Desde ficção a não ficção, leia, e releia, as recomendações do Notícias ao Minuto sobre o tema.

Confira abaixo a lista curada pelo Notícias ao Minuto:

Todos Devemos Ser Feministas, Chimamanda Ngozi Adichie© D.R.  

O que é que o feminismo significa atualmente? É esta a questão colocada por ‘Todos Devemos Ser Feministas’, obra adaptada de uma conferência TED de Chimamanda Ngozi Adichie, que concede uma definição única do feminismo no século XXI. Recorrendo à sua experiência, a autora defende a inclusão e a consciência, lançando esse desafio a mulheres e homens, porque todos devemos ser feministas.

 

Rapariga, Mulher, Outra, Bernardine Evaristo© D.R.  

‘Rapariga, Mulher, Outra’ segue a vida de 12 personagens, quase todas elas mulheres, negras e resultado do legado do império colonial britânico. As suas histórias concedem-nos um mosaico multifacetado dos dias de hoje, em que uma sociedade multicultural se confronta com a herança do seu passado e luta contra as contradições do presente, repensando questões de identidade, género e classe com o pano de fundo do colonialismo, da emigração e da diáspora.

 

Novas Cartas Portuguesas, Maria Isabel Barreno, Maria Teresa Horta e Maria Velho da Costa© D.R.  

Escrito a três e sob o compromisso de nunca revelarem a autoria individual dos 120 textos, ‘Novas Cartas Portuguesas’ dá um “pontapé no cu dos outros legítimos superiores”, contestando o poder e a ordem patriarcal, ao mesmo tempo que denuncia a condição das mulheres. A obra de Maria Isabel Barreno, Maria Teresa Horta e Maria Velho da Costa, que foi editada em abril de 1972 pela Estúdios Cor, aborda também a guerra colonial e o sistema judicial, tendo sido proibida pela censura, que a catalogou como imoral e pornográfica. Na verdade, as três autoras e o editor, Romeu de Melo, foram acusados e levados a tribunal. 

Não Serei Eu Mulher?, Bell Hooks© D.R.  

O impacto do sexismo sobre as mulheres negras durante a escravatura, o seu envolvimento nos movimentos feministas e o racismo entre feministas são alguns dos temas explorados por Bell Hooks, num livro escrito durante a licenciatura da ativista norte-americana. Publicado apenas em 1981, ‘Não Serei Eu Mulher?’ analisa a teoria feminista do ponto de vista da feminilidade negra e da sua exclusão.

Mulheres Invisíveis, Caroline Criado Perez© D.R.  

‘Mulheres Invisíveis’, de Caroline Criado Perez, coloca em evidência a forma como o mundo está, em grande proporção, construído por e para homens, ignorando uma enorme fatia da população. É esta a raiz da discriminação que afeta diariamente as mulheres um pouco por todo o mundo, onde os telemóveis são demasiado grandes para mãos femininas, onde os médicos prescrevem medicamentos errados e onde, num acidente de automóvel, uma mulher tem mais 47% de probabilidade de sofrer ferimentos graves.

Teoria King Kong, Virginie Despentes© D.R.  

“Escrevo da terra das feias, para as feias, as velhas, as machonas, as frígidas, as malfodidas, as infodíveis, as histéricas, as taradas, todas as excluídas do grande mercado das gajas boas. E começo por aqui para que as coisas sejam claras: não peço desculpa de nada, não me venho lamentar.” É desta forma frontal e feroz que, em ‘Teoria King Kong’, Virginie Despentes faz frente à sexualidade feminina, contestando discursos sobre a violação, a prostituição, e a pornografia. O objetivo? Um novo feminismo.

A História de Uma Serva, Margaret Atwood© D.R.  

Depois de extremistas religiosos de direita derrubarem o governo norte-americano e queimarem a Constituição, os Estados Unidos transformaram-se em Gileade, um estado policial e fundamentalista onde as mulheres férteis, conhecidas como Servas, são obrigadas a conceber filhos para a elite estéril. ‘A História de Uma Serva’ conta o percurso de Defred, que “acaba de ser transferida para a casa do enigmático Comandante e da sua ciumenta mulher”, onde as memórias de uma vida passada, quando tinha um marido e uma filha, se misturam num sentimento crescente de rebelião e amor. 

As coisas que os homens me explicam, Rebecca Solnit© D.R.  

‘As coisas que os homens me explicam’ abre com um episódio carregado de ironia, em que um homem procura explicar a Rebecca Solnit um livro que não leu, e que era da autoria da própria. Foi assim que surgiu o termo ‘mansplaining’, que descreve uma situação em que homens explicam às mulheres coisas que elas sabem e que eles não sabem, após uma publicação no blog ‘TomDispatch’, que ficou nas bocas do mundo. A escritora analisa, assim, a desigualdade de género através de diferentes manifestações de violência, quase sempre desvalorizadas pela sociedade, desde o tratamento condescendente até ao silenciamento das mulheres.

Viva a vagina! Maravilhas e mistérios do sexo feminino, Nina Brochmann e Ellen Støkken Dahl© D.R.  

Este é um livro que assegura explicar “tudo o que sempre quis saber sobre os órgãos genitais femininos”, incluindo “toda a verdade sobre orgasmos, a dança mensal das hormonas (e a infame TPM) e o que é exatamente a vulva”. Tal e qual uma ‘bíblia’ do órgão sexual feminino, a obra de Nina Brochmann e Ellen Støkken Dahl aborda a sexualidade de forma direta e bem-humorada, ao mesmo tempo que oferece explicações detalhadas sobre métodos contracetivos, doenças venéreas ou como o uso de meias pode revolucionar a sua vida sexual. ‘Viva a Vagina!’ destina-se, assim, não só a mulheres, mas também a homens, de todas as idades.

 

Tudo o que Sei sobre o Amor, Dolly Alderton© D.R.  

‘Tudo o Que Sei Sobre o Amor’ é, acima de tudo, um livro sobre as inquebráveis amizades femininas de Dolly Alderton, que a ajudaram a superar encontros catastróficos, apartamentos miseráveis, desgostos de amor, e humilhações. Com humor, a jornalista e ex-colunista do Sunday Times realça que sobreviver aos vinte passa por reconhecermos que somos suficientes, enquanto damos o primeiro passo rumo ao resto da nossa vida.

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