“‘Esta bruma insensata’ é um romance sobre a energia inextinguível que nasce da ausência e sobre a tensão entre a fé na escrita e a rejeição radical desta”, descreve a editora.
Neste romance, Enrique Vila-Matas “concebe o paradoxo de a única originalidade possível surgir da arte da citação, num lúcido e brilhante duelo entre duas formas de entender a criação literária”, acrescenta.
A história acompanha Simon Schneider, que vive numa casa situada perto de Cadaqués, na Catalunha, e tem como função compilar e distribuir aforismos e frases feitas para outros escritores.
Simon trabalha sobretudo para um autor de grande sucesso que se autointitula Gran Bros e vive oculto em Nova Iorque há anos.
Na noite de 27 de Outubro de 2017, Simon, que ficou bloqueado a tentar lembrar-se de uma frase sobre o infinito, sai de casa e parte numa longa caminhada em busca da citação perdida.
“Quando caminha à beira do abismo e as certezas são abaladas, uma fuga no tempo pode ser uma porta aberta para a escrita sem aditivos, aquela que rompe os limites da ficção, transcende a experiência pessoal e histórica, e concebe uma geografia sonhada por uma alma libertada de tudo, mesmo da sua própria desgraça”, descreve a Seix Barral, editora da obra em Espanha.
Enrique Vila-Matas nasceu em Barcelona, em 1948.
Da sua vasta obra literária, entre romances, contos e ensaios, além de textos híbridos, destacam-se: ‘História abreviada da literatura portátil’ (1985), ‘Filhos sem Filhos’ (1993), ‘Longe de Vera Cruz’ (1995), ‘Bartleby e companhia’ (2000), ‘O mal de Montano‘ (2002), ‘Paris não acaba nunca’ (2003), ‘Perder teorias’ (2010), ‘Chet Baker pensa na sua arte’ (2011), ‘Ar de Dylan’ (2012), ‘Kassel não convida à lógica’ (2014) e ‘Mac e o seu contratempo'(2017).
Lisboa encontra-se representada em algumas das suas obras, como ‘Suicídios exemplares’ (1991), onde, entre outro locais, elogia o Museu Nacional de Arte Antiga, em Lisboa, e o seu jardim.
Este ano, a editora Terrades, de Girona, publicou ‘Ese Famoso Abismo – Conversaciones com Enrique Vila-Matas’, conduzidas pela investigadora, filóloga e jornalista Anna Maria Iglesia.
Enrique Vila-Matas já foi distinguido por diversas vezes, entre as quais com o Prémio Elsa Morante, o prémio francês do Melhor Livro Estrangeiro (Meilleur livre étranger), Prémio Herralde, Prémio de La Crítica Española, Prémio Médicis estrangeiro e o Prémio da Real Academia Espanhola, entre outros.