O príncipe angolano que queria que Portugal mantivesse escravatura

Em meados do século XIX, o reino do Congo, no norte de Angola, vivia do tráfico de escravos, mas Portugal estava a ser pressionado pelos parceiros diplomáticos para extinguir esse comércio, escreveu o historiador e jornalista Xavier de Figueiredo.

A visita de D. Nicolau a Lisboa, com o furor que à época gerou, foi a última tentativa diplomática do reino angolano, que acabou por determinar também a sua extinção, tendo sido completamente absorvido pelo poder colonial.

O livro “Príncipe do Congo”, da editora Guerra e Paz, retrata a biografia do nobre angolano, num registo “jornalístico e histórico”, explicou o autor.

“O ‘Príncipe do Congo’ tem que ver com um período chave daquilo que foi a história colonial de Angola” e aborda a vida de uma “pessoa que aparece e tem uma ação que merece ser contada pela sua invulgaridade“, salientou.

Até então, toda a economia colonial em Angola “tinha alguma coisa a ver com o tráfico de escravos”, numa “monoeconomia“, que pode ser comparável à dependência atual do petróleo.

Depois do fim do comércio de escravos, “passou-se para uma economia diversificada, assente nas minas, pescas, agricultura”, explicou o autor, que lamentou ainda a falta de atenção da opinião pública portuguesa aos temas africanos.

 

 

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