Orquestra Filarmónica de Zagreb cancela atuações de obras de Tchaikovsky

 

“Devido à situação na Ucrânia que afeta o mundo inteiro e causa uma terrível agitação, a Orquestra Filarmónica de Zagreb (…) expressa a sua solidariedade com o povo ucraniano e altera o programa desta noite”, pode ler-se num comunicado divulgado no seu ‘site’ oficial na Internet.

Das três composições que deveriam ser executadas na sala de concertos Vatroslav Lisinski, apenas o concerto para violino em ré maior do compositor russo permanece programado.

As outras duas obras foram substituídas pelas de Ludwig van Beethoven e Samuel Barber.

“Tivemos um ensaio muito triste ontem”, confessou o maestro Mirko Boch à imprensa croata.

“Temos vários colegas ucranianos afetados. Todos nos sentimos mal e, então, mudamos o programa. Somos artistas. Apenas podemos lutar com a música”, salientou.

O Teatro Nacional de Zagreb, por sua vez, anunciou que um concerto intitulado “Serenata Russa”, marcado para 06 de março, também foi cancelado, alegando “razões técnicas”.

A cultura tem sido uma das vítimas colaterais da invasão russa à Ucrânia, pois várias instituições de prestigio no Ocidente têm agido contra a presença cultural russa.

A Rússia já foi proibida de participar do Festival Eurovisão da Canção.

O maestro russo Valery Gergiev, conhecido por ser próximo de Vladimir Putin, foi substituído de três atuações com a Filarmónica de Viena agendadas, para o final desta semana, no Carnegie Hall, divulgou na quinta-feira esta conhecida sala de espetáculos nova-iorquina.

Também o festival Dvorak Praga cancelou a presença de Valery Gergiev, que iria dirigir a Orquestra Filarmónica de Munique em setembro.

A Rússia lançou na quinta-feira de madrugada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já provocaram pelo menos mais de 120 mortos, incluindo civis, e centenas de feridos, em território ucraniano, segundo Kiev. A ONU deu conta de 100.000 deslocados no primeiro dia de combates.

O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a “operação militar especial” na Ucrânia visa “desmilitarizar e desnazificar” o seu vizinho e que era a única maneira de o país se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário, dependendo de seus “resultados” e “relevância”.

O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e motivou reuniões de emergência de vários governos, incluindo o português, e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), União Europeia (UE) e Conselho de Segurança da ONU, tendo sido aprovadas sanções em massa contra a Rússia.

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