Óscares são anunciados hoje em cerimónia que tentará contornar a Covid-19

 

Esta será a 93.ª edição dos Óscares, que já deveria ter acontecido no final de fevereiro, mas acabou por ser empurrada para abril por causa da Covid-19. A cerimónia acontecerá no Dolby Theatre, com audiência, no edifício da estação de comboios Union Station, em Los Angeles (Califórnia), e noutros “locais internacionais via satélite”, como anunciou a academia norte-americana.

Nas contas para esta edição, o filme ‘Mank’, de David Fincher, soma dez nomeações, mas o favoritismo – a avaliar pelo rol de prémios já conquistados – é apontado para “Nomadland – Sobreviver na América”, de Chloé Zhao, indicado para sete estatuetas, que, na passada sexta-feira, culminando o percurso de sucesso dos últimos meses, arrecadou quatro prémios Spirit, os chamados ‘óscares’ do cinema independente: melhor filme, melhor realização, melhor montagem e melhor fotografia.

Protagonizado por Frances McDdormand, o filme conta a história de uma mulher que viaja pela América como nómada, vivendo numa caravana, trabalhando em empregos temporários e sobrevivendo na estrada, na sequência de uma crise económica.

Embora o filme seja uma ficção, assenta em testemunhos reais de norte-americanos que vivem na estrada, sempre em trânsito, numa comunidade nómada mais envelhecida e nas margens da sociedade.

Chloé Zhao, sino-americana, é a primeira mulher asiática nomeada para os Óscares, mas se vencer não deverá ser aplaudida na China.

Numa entrevista em 2013, a realizadora declarou que na China “há mentiras por todo o lado”. O comentário foi recuperado recentemente nas redes sociais, com internautas nacionalistas a acusarem de traição.

Quanto aos Óscares, ‘Mank’, produzido pela Netflix e ignorado nos Globos de Ouro, onde era o mais nomeado, está agora indicado em categorias como Melhor Filme, Realização, Direção de Fotografia, Ator Principal (Gary Oldman) e Atriz Secundária (Amanda Seyfried).

Para o Óscar de Melhor Realização, apenas David Fincher é repetente. Todos os outros estão nomeados nesta pela primeira vez: Thomas Vinterberg (“Mais uma rodada”), Lee Isaac Chung (‘Minari’), Chloé Zhao (‘Nomadland – Sobreviver na América’) e Emerald Fennell (‘Uma miúda com potencial’).

É a primeira vez que duas mulheres competem nesta categoria. E em mais de 90 anos de história dos Óscares, apenas cinco outras mulheres estiveram indicadas e somente uma venceu o prémio de melhor realização; Kathryn Bigelow, em 2010, com “Estado de guerra”.

Para o Óscar de melhor filme estão nomeados ‘Mank’, ‘Nomadland’ e ‘Uma miúda com potencial’, ‘O Pai’, ‘Judas and the Black Messiah’, ‘Minari’, ‘Sound of Metal’ e ‘Os 7 de Chicago’.

Para o Óscar de Melhor Atriz estão nomeadas Carey Mulligan (‘Uma miúda com potencial’), Frances McDormand (‘Nomadland’), Viola Davis (‘Ma Rainey: A mãe dos blues’), Vanessa Kirby (‘Pieces of a Woman’) e Andra Day (‘The United States vs. Billie Holiday’).

Na representação masculina estão indicados Chadwick Boseman (a título póstumo por ‘Ma Rainey: A mãe dos blues’), Riz Ahmed (‘Sound of Metal’), Anthony Hopkins (‘O Pai’), Gary Oldman (‘Mank’) e Steven Yeun (‘Minari’).

Para Melhor Filme Internacional, foram selecionados ‘Quo Vadis, Aida?’ (Bósnia Herzegovina), ‘Mais uma rodada’ (Dinamarca), ‘Better Days’ (Hong Kong), ‘The Man Who Sold His Skin’ (Tunísia) e ‘Collective’ (Roménia).

‘Bora lá’, ‘Para além da lua’, ‘Soul – Uma aventura com alma’, ‘Wolfwalkers’ e ‘Ovelha Choné: A quinta contra-ataca’ competem pelo Óscar de Melhor Filme de Animação.

No anúncio dos vencedores, está confirmada a presença de nomes como os do realizador Bong Joon Ho, premiado nos Óscares em 2020 com ‘Parasitas’, das atrizes Laura Dern e Zendaya e dos atores Harrison Ford, Joaquin Phoenix e Brad Pitt.

Este ano, a cerimónia dos Óscares, em Portugal, será transmitida em direto pela RTP.

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