Palco do NOS Alive ‘pegou fogo’ com atuações de Metallica e Royal Blood

Sexta-feira foi mais um dia de grande música e de temperaturas altíssimas no NOS Alive. Num dia cujo cartaz foi especificamente pensado para os amantes do rock e do metal (que esgotaram os bilhetes disponíveis), eram os concertos dos incontornáveis Metallica e da dupla britânica Royal Blood os mais esperados por parte do público – e não desiludiram.

E a verdade é que os festivaleiros vestiram-se a rigor para a ocasião. O recinto foi-se enchendo, desde cedo, de fãs vestidos de negro e com camisolas dos Metallica, cuja atuação acabaria por começar no Palco NOS pouco mais de 10 minutos depois do horário inicialmente previsto (que eram as 23h).

O ‘show’ foi um exemplo de que, pelo menos aparentemente, a idade ainda não pesa para os reis do metal. Todos os membros da banda – desde o incomparável desempenho do vocalista James Hetfield, não esquecendo, por exemplo, o brilhantismo do baterista Lars Ulrich e os soberbos solos de guitarra de Kirk Hammett – tiveram a oportunidade de exibir as suas melhores qualidades e incessante energia, neste concerto que durou aproximadamente duas horas.

E a noite foi apenas mais um exemplo do poderoso som a que estes metaleiros nos têm habituado. Êxitos como ‘Enter Sandman’, ‘Nothing Else Matters’, ‘Sad But True’ e ‘Seek & Destroy’ fizeram as delícias dos cerca de 55 mil espetadores que se estima que tenham marcado presença nos Passeio Marítimo de Algés na sexta-feira, e que não deixaram de acompanhar a banda, por diversos momentos, nos refrões de algumas das suas canções favoritas, em uníssono.

Mas foi com ‘Moth Into Flame’ que o palco ‘pegou fogo’ – literal e propositadamente. As chamas que foram disparadas fizeram ‘aumentar o calor’ entre a assistência, que no encore viria a ter direito a mais algumas surpresas.

A imagem da bandeira portuguesa, no palco, com o logotipo dos Metallica inscrito por cima, projeções de lasers e um grande momento de fogo de artifício não faltaram para fechar o concerto ‘em grande’, neste que foi o 14.º concerto dos Metallica em Portugal.

“Caso já soubessem ou não, vocês fazem agora parte da família Metallica”, fez questão de dizer o vocalista da banda durante a atuação para todos os presentes. Hetfield agradeceu ainda à comunidade seguidora da banda o facto de continuar a acompanhar o percurso destes artistas, que  “41 anos” depois do momento do fundação da banda “ainda estão prontos para partir tudo”.

Fazendo uma breve referência à tour europeia que terminou, precisamente, com este concerto em Oeiras, o grupo não deixou de elogiar o entusiasmo do público português: “Parece que deixámos o melhor para o fim. Portugal, vocês são bonitos para car****”, quis salientar o guitarrista Kirk Hammett. Agora, os norte-americanos vão seguir para o seu país de origem, onde têm já mais três atuações marcadas.

Royal Blood mostraram que fazem parte da ‘realeza’ do rock britânico

Antes dos gigantes Metallica, foi a vez do duo britânico Royal Blood mostrar aquilo de que é capaz. Mike Kerr e Ben Thatcher foram os protagonistas deste grande momento de rock, que a partir das 21h começou ‘a aquecer o palco’ para a banda que a eles se seguia no alinhamento.

E a verdade é que a dupla se mostrou bastante honrada por ter a oportunidade de atuar antes do mais conceituado grupo de metal do planeta. “Há uns anos nunca pensaríamos que estaríamos a atuar perante tantas pessoas e antes dos Metallica”, destacou o vocalista Kerr. Já Thatcher viria a fazer toda a atuação com uma t-shirt em homenagem a Lars Ulrich.

A banda que se estrou no NOS Alive em 2017, com uma atuação no antigo Palco Sagres, veio agora mostrar que tem qualidade, repertório e energia suficiente para um Palco NOS que, por diversas ocasiões, ficou em êxtase e não resistiu a um bom moche.

Como seria de esperar, os Royal Blood aproveitaram a ocasião para apresentar perante os portugueses alguns dos seus êxitos mais aclamados, como é o caso de ‘Lights Out’, ‘Trouble’s Coming’, ‘Little Monster’ e ‘Come On Over’. 

Ouve ainda tempo para a canção ‘How Did We Get So Dark?’, durante a qual o vocalista e também guitarrista da banda se viu forçado a mudar de guitarra (uma vez mais, depois de tantas trocas feitas durante o concerto) devido a problemas naquela que estava a utilizar nesse mesmo momento. Nota de destaque para a forma como o baterista e o discreto teclista que acompanhou a dupla em palco na sexta-feira viriam a dar seguimento à música sem qualquer hesitação, de uma forma bastante bem conseguida.

A atuação terminaria ao som de ‘Out of the Black’, que desde os primeiros acordes comprovou como a música da dupla, tal como confirmado pela mesma anteriormente, tem como uma das suas principais influências os primeiros álbuns dos também britânicos Muse – que já passaram igualmente pelo palco principal deste festival, em 2015.

Após ter tido várias oportunidades, durante o concerto, para demonstrar os seus dotes na bateria, Ben Thatcher finalizaria o concerto a mostrar que as suas habilidades estendem-se a outros instrumentos – ao dar uns acordes numa guitarra, antes de abandonar o palco.

Antes destas duas grandes atuações, o Palco NOS presenciou ainda, na sexta-feira, as atuações de Don Broco e AJ Tracey. Já este sábado, as atenções dos festivaleiros estarão essencialmente voltadas para as performances de Da Weasel, Imagine Dragons e Two Door Cinema Club.

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