Paulo Gaio Lima. Casa da Música elogia "violoncelista de exceção"

 

“Paulo Gaio Lima foi uma referência importante no panorama nacional do violoncelo, tanto a nível artístico como pedagógico”, lê-se na nota de pesar divulgada hoje pela Casa da Música.

“Violoncelista de exceção”, Paulo Gaio Lima foi “presença habitual nos palcos da Casa da Música”, tendo tocado, por diversas vezes, com os agrupamentos residentes, como a Orquestra Sinfónica do Porto. “Foi, também, membro ilustre do júri do Prémio Internacional Suggia/Casa da Música”, em diversas edições, como recorda hoje a instituição.

Entre as diversas atuações de Paulo Gaio Lima na Casa da Música, consta a estreia de “Scherzo Fantastique”, de Luís de Freitas Branco, em 2005, no âmbito do festival dedicado ao compositor, de quem então se assinalavam os 50 anos da morte.

Recorda-se igualmente, a sua interpretação do Concerto para dois violoncelos em Sol menor, RV531, de Antonio Vivaldi, em 2017, com João Pedro Gonçalves, a Orquestra Geração e maestro Pedro Neves, assim como a sua participação nos “concertos itinerantes”, em 2008/2009, através de instituições da cidade do Porto.

“Em todos os momentos da sua colaboração com a Casa da Música, Paulo Gaio Lima honrou-nos com o seu conhecimento, cortesia e generosidade”, lê-se na mensagem da instituição.

O violoncelista Paulo Gaio Lima, de 60 anos, morreu hoje, em Lisboa, disse à agência Lusa fonte da Orquestra Metropolitana de Lisboa.

Professor da Escola Superior de Música e da Academia Nacional Superior de Orquestra, do universo da Associação Música, Educação e Cultura/Orquestra Metropolitana de Lisboa, Paulo Gaio Lima foi violoncelo solista desta orquestra e fez parte do Quarteto Verdi de Paris e do Artis Trio, que formou com o violinista Aníbal Lima e o pianista António Rosado.

Nascido no Porto, foi aluno de Madalena Sá e Costa, no Conservatório de Música desta cidade, e de Maurice Gendron, no Conservatório Superior de Paris, onde viveu durante sete anos. Em 1987, foi violoncelo-solo convidado da Orquestra Sinfónica do Reno, na Alemanha.

Paulo Gaio Lima apresentou-se regularmente em festivais de música em Portugal e além-fronteiras, e com orquestras em toda a Europa, de Lisboa a Moscovo, e noutros continentes, da China ao Brasil. Trabalhou igualmente com diversos grupos de música contemporânea, como Alternance, 2E2M, L’Itinéraire, Poikilon, Música Nova e Divertimento di Milano.

Gaio Lima apresentou em primeira audição obras de compositores como Pascal Dusapin, Philippe Hersant e Carlos Marecos.

Gravou em disco Concertos de Luigi Boccherini, trios de Beethoven, com o violinista Geraldo Ribeiro e o pianista Pedro Burmester, obras de Brahms e Schumann, assim como peças do repertório português de música de câmara.

Foi intérprete de António Pinho Vargas, Cláudio Carneyro e Joly Braga Santos, que gravou em disco.

A sua atividade pedagógica expandiu-se igualmente às Universidades de Évora e do Minho e a cursos de aperfeiçoamento em Portugal, Espanha, França, Brasil, Áustria e Estados Unidos da América.

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