Peça infantil ‘Uma Ideia de Justiça’ estreia a 7 de março

“O espetáculo nasceu da vontade de abordar as questões da justiça e da injustiça juntos do mais novos. Percebemos juntos das crianças que, mesmo os mais novos — com seis anos — tinham ideias muito claras. Mas percebemos que eram muito mais capazes de falar sobre injustiça. Esse foi o ponto de partida”, explicou à agência Lusa, Joana Providência, responsável pela direção artística da peça.

Direcionado a alunos do pré-escolar e do 1.º e 2.º ciclos do ensino básico, o espetáculo inclusivo – onde todas as sessões são em língua gestual – aborda questões como a diversidade, a escolha, a igualdade e a liberdade, levantando interrogações sobre direitos e deveres e procurando ser uma ferramenta de construção da noção de justiça, que tal como espetáculo, vai evoluindo.

Resultado de uma coprodução entre o Teatro do Bolhão e o Teatro Aveirense com o Teatro Nacional São João, a peça infantil, procura trazer literalmente para cima da mesa questões como – “O que é a justiça? E a injustiça?”.

Inicialmente, explicou, a responsável pela direção artística, a peça infantil “era uma espécie de jantar onde se convidava o mundo inteiro para se sentar à volta da mesa”.

Neste momento, a mesa, que assume espaço central em palco “existe de todas as maneiras e feitios: de pernas para o ar, deitada, na sua posição normal”, servindo como ponto de partida para questionar a noção de justiça.

“Será que a justiça é dar tudo igual a todos”, pergunta-se. Será que dar sapatos 43 a todos seria justo”, questionam as intérpretes – Joana Mont’ Alverne, Joana Petiz e Rina Marques – durante o espetáculo de 40 minutos.

“Há aqui uma ideia de trabalhar a equidade e olhar a diferença de cada um e nessa diferença perceber o que cada um precisa”, salientou Joana Providência, acrescentando que a questão da igualdade é muito presente no trabalho desenvolvido.

Como um caminho de aproximação aos conceitos de justiça e injustiça, o espetáculo termina com uma viagem pelo 25 de Abril de 1974, “a marcha onde se fez justiça”.

“Marchamos, marchamos por tudo o que é urgente. A marcha somos nós. Que se ouçam os nossos passos, a nossa voz”, entoam as interpretes que lembram personalidades como a coragem de Greta Thunberg, jovem ativista climática; ou da rapariga do Chile que enfrentou a polícia de choque daquele país contra a ditadura.

“Marchamos, marchamos por tudo o que é urgente”, repetem, instando todos a agir.

O espetáculo, que integra a programação do Centro Educativo do Teatro Nacional São João, sobe ao palco terça-feira e quarta-feira, 7 e 8 de março, às 11.00, quinta-feira e sexta-feira — 9 e 10 de março, às 15h00, e sábado, 11 de março, às 19h00.

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