“É um museu muito importante para Ponte de Lima, para o Alto Minho, para o Norte e para o país, sendo o único museu português da canoagem. De acordo com as informações que procurei obter, o primeiro na Europa”, disse hoje à agência Lusa o presidente da Câmara, Victor Mendes.
Segundo o autarca do CDS-PP, aquela modalidade “tem dado muito ao desporto nacional, através da conquista de títulos de dimensão internacional, com particular destaque para o canoísta Fernando Pimenta”, natural daquele concelho do distrito de Viana do Castelo.
“O Fernando Pimenta terá um espaço próprio neste museu”, disse.
Victor Mendes adiantou que o edifício, a construir de raiz, junto ao Centro Náutico Fernando Pimenta, em Ponte de Lima, “representará investimento significativo”.
“Não temos valor estimado para o projeto, mas já sabemos que pela sua dimensão e complexidade, envolverá sempre largas centenas de milhares de euros. O objetivo é encontrar fontes de financiamento no novo Quadro Comunitário de Apoio 2030, no Plano de Recuperação e Resiliência e em projetos transfronteiriços, enquadrado como fator de competitividade e atratividade do Alto Minho”, explicou.
O autarca, que por limitação de mandatos autárquicos não poderá concorrer às eleições autárquicas deste ano, admitiu que o novo espaço não ficará concluído nesse prazo.
“As sementes estão lançadas, vamos continuar a trabalhar na elaboração do projeto, no modelo de financiamento, de gestão, mas obviamente tenho a consciência que não há tempo útil para um projeto desta complexidade e dimensão estar terminado até final do mandato. Extravasará, seguramente, este mandato. O importante é criar as condições para que seja concretizado”, reconheceu.
Victor Mendes disse que um protocolo entre a autarquia, o Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ), a Federação Portuguesa de Canoagem e o Clube Náutico de Ponte de Lima, para a construção do museu recebeu “parecer favorável” de todas aquelas entidades.
“Foi aprovado por unanimidade, em reunião camarária, e recolheu parecer favorável de todas as entidades envolvidas. Não haverá sessão pública de assinatura do documento por causa da pandemia, mas não há impeditivos que cada uma das entidades desenvolvam as ações previstas, começando pela elaboração do projeto”, disse.
“Não queremos um museu estático, sem vida. O objetivo é construir o novo equipamento muito perto do Centro Náutico Fernando Pimenta, para criar uma dinâmica de complementaridade, entre o espaço museológico e a atividade do clube”, acrescentou Victor Mendes.
O autarca reforçou que não será um modelo de museu “tradicional, que se circunscreva apenas ao espólio”.
“Pretende-se um espaço dinâmico, interativo, com função pedagógica do desporto, do turismo náutico e dos ecossistemas ligados a estas atividades, nomeadamente o rio Lima. Vamos trabalhar conjuntamente com o IPDJ no modelo museológico para elaborarmos um projeto de arquitetura de referência, que se enquadre no espaço em causa “, especificou.
Victor Mendes acrescentou que “o município ficará responsável pela construção do museu” e, posteriormente “estabelecerá um conjunto de protocolos, nomeadamente, com o Centro Náutico para que assegure a sua manutenção e com o IPDJ e a Federação Portuguesa de Canoagem, responsáveis pelo apoio técnico e do espólio”.
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