‘The Mermaid of Black Conch’, uma história de amor passada numa pequena aldeia das Caraíbas, em 1976, entre um pescador e uma sereia centenária, foi a escolhida na categoria de melhor romance, de acordo com o ‘site’ do Prémio Literário Costa, que anunciou os vencedores de 2020, nas suas diversas categorias.
“The Louder I Will Sing”, distinguido como melhor biografia, é um livro escrito por Lee Lawrence, sobre a experiência de crescer na Grã-Bretanha moderna, como jovem negro.
Lee Lawrence tinha 11 anos quando, durante o motim de Brixton (sul de Londres), em 28 de setembro de 1985, a polícia invadiu a sua casa e, por engano, alvejou a mãe, Cherry Groce, deixando-a paraplégica. A partir daquele momento, as suas vidas mudaram para sempre.
“The Louder I Will Sing: A story of racism, riots and redemption” é uma história tanto de pessoas como de política, mas também sobre o poder positivo que a esperança, a fé e o amor podem trazer como resposta, segundo o ‘site’.
O Prémio Literário Costa prestou homenagem póstuma à poeta irlandesa Eavan Boland, que morreu em abril do ano passado, escolhendo “The Historians” como o vencedor de 2020 na categoria de poesia.
Ao longo dos seus quase sessenta anos de carreira, Eavan Boland tornou-se conhecida pela sua habilidade para entrelaçar mitos, história e a vida de uma mulher comum, transformando-os numa “poesia hipnotizante“.
O seu volume final, “The Historians”, explora as formas pelas quais histórias ocultas, por vezes totalmente baseadas na vida das mulheres, “podem rever poderosamente a nossa noção de passado”.
“Love After Love”, de Ingrid Persaud, escritora natural de Trinidad e Tobago, foi o livro premiado na categoria primeiro romance.
Esta história junta uma mulher “irreprimível”, Betty Ramdin, o seu tímido filho, Solo, e o seu “maravilhoso hóspede”, Sr. Chetan, formando uma família não convencional.
Felizes nas suas diferenças, constroem juntos uma casa, que os mantém a salvo de um mundo cada vez mais perigoso, até à noite em que um copo de rum e uma terrível verdade destroem a unidade familiar, afastando-os uns dos outros.
Na categoria de livro infantil, a autora premiada foi a inglesa Natasha Farrant, com “Voyage of the Sparrowhawk“, uma viagem épica, de perseguições policiais, tempestades no mar e cachorros inesperados.
Passada no rescaldo da Primeira Guerra Mundial, a história segue dois órfãos, que viajam no seu pequeno barco, através do Canal, em busca dos seus entes queridos e de um lugar a que possam chamar casa.
Lançado em 1971, o Prémio Costa é um dos mais prestigiados e populares galardões literários do Reino Unido, distinguindo anualmente os melhores livros do ano, escritos por autores residentes no Reino Unido e na Irlanda.
O prémio tem cinco categorias — cada uma delas é avaliada separadamente por um painel de três juízes – e, dos vencedores de cada uma das categorias, um é escolhido como Livro do Ano, este selecionado por um painel de nove membros, que inclui representantes dos painéis originais.
O vencedor do Livro do Ano, que será anunciado no dia 26 de janeiro, recebe um prémio monetário no valor de 30 mil libras (aproximadamente 35 mil euros).
No ano passado, o Prémio Livro do Ano foi para “O voluntário”, de Jack Fairweather, a biografia de Witold Pilecki, herói da resistência polaca, na Segunda Guerra Mundial, que se infiltrou em Auschwitz.
O prémio melhor romance distinguiu “O Coração de Inglaterra”, de Jonathan Coe, o primeiro romance galardoado foi “The confessions of Frannie Langton“, de Sara Collins, o melhor livro de poesia foi “Flèche“, de Mary Jean Chan, e, na área infantil, o livro distinguido foi “Asha & the Spirit Bird”, de Jasbinder Bilan.