Prepare-se. Está a chegar um livro que promete ‘devastar’ o patriarcado

Se é fã da escritora Helena Magalhães, este artigo é para si. Ao mesmo tempo que se compromete a criticar o patriarcado português, o novo livro da autora lisboeta explora “o poder das amizades femininas”, recorrendo ainda às “complexidades humanas e familiares”, e também à “eletricidade do primeiro amor”. ‘A Devastação’, editado pela Suma de Letras, chega às livrarias já no próximo dia 12 de junho.

Nesta obra, a Marisa das Argolas, ‘vilã’ de ‘Raparigas Como Nós’, regressa na figura de Mar que, com apenas seis anos, é enviada para o Romeirão, um internato Católico no Alentejo, onde permanece até aos 15 anos.

Mar “cresce no meio de regras e privações, castigos e fome, mas rodeada e protegida pela irmandade das outras raparigas, principalmente Anita e Amália”. No entanto, o enredo inclui também uma relação inesperada com Eduardo, um dos rapazes da vila, com quem a jovem mulher experiencia “as primeiras descobertas de amor”.

“Anos depois, ainda a lidar com o trauma do passado, com as drogas, a depressão e a solidão, é ao lado de Isabel, Alice e Luísa que aprende a viver uma nova vida sóbria e em paz. Quando reencontra Eduardo, nenhum consegue resistir à ligação magnética, mas com ele voltam feridas antigas que a assombram desde a noite em fugiu do Romeirão”, lê-se ainda na sinopse.

Através das redes sociais, Helena Magalhães mostrou-se grata “por poder continuar” a escrever, confessando, contudo, que este foi um livro “difícil”.

“Espero que, ao lê-lo, sintam toda a paixão que coloquei nele”, complementou, apontando esperar que “este formigueiro de ansiedade e excitação nunca desapareça”.

Segundo a escritora, a própria ‘devastação’ “acaba por ser também uma personagem”, uma vez que diz respeito “a todas as mulheres (e as suas próprias devastações colaterais à Devastação) e não apenas à protagonista”, além de se referir, sobretudo, “à devastação dos homens que não deixam também eles mesmos de ser o produto da cultura onde nasceram e cresceram e que todos os dias lutamos por mudar”.

“Obrigada por me darem sempre palavras de entusiasmo, motivação e confiança, por me quererem ler e viajar pela minha cabeça quando, por vezes, nem eu quero estar dentro dela”, rematou.

Ao fim de alguns anos no jornalismo, Helena Magalhães decidiu dedicar-se a tempo inteiro à literatura. Foi em 2017 que lançou o primeiro livro, seguido por ‘Raparigas Como Nós’, em 2019, que introduz Marisa das Argolas, cuja origem é, agora, retratada em ‘A Devastação’.

A autora criou ainda o clube do livro ‘Book Gang’, de forma a “incentivar a geração digital a ler mais e para divulgar literatura no feminino”.

Leia Também: ‘Eu, Marat’. Leia o posfácio do livro do ex-comandante do Grupo Wagner

Deixe um comentário