Projetos ibéricos selecionados para Bienal de Fotografia do Porto em 2021

Os autores dos dois projetos selecionados no âmbito da convocatória ibérica para o programa de criação e exposição ‘Cidades na Cidade’ receberão duas bolsas de criação, no valor de 2.200 euros cada.

Com este desafio a artistas dos dois países pretendeu-se desenvolver projetos fotográficos sobre iniciativas comunitárias urbanas no campo da justiça social e ecológica.

O projeto fotográfico de Carlos Barradas incide sobre a criação de um ‘corredor verde’, na freguesia de Campanhã, desenvolvido no âmbito do URBiNAT.

O URBiNAT é um projeto financiado pelo programa Horizonte 2020 da Comissão Europeia que tem como “principal objetivo promover a regeneração urbana de áreas desfavorecidas através da implementação de soluções baseadas na natureza, seguindo um rigoroso processo de análise do lugar e suportado por um processo participativo que envolve cidadãos, agentes locais e decisores políticos”.

Em Campanhã, o principal critério foi assegurar a inclusão dos bairros do Cerco, Falcão, Lagarteiro e outros bairros de habitação social próximos com o objetivo de qualificar uma área com grandes desafios sociais e ambientais.

A Cabanyal Horta, em Valência, tema do projeto fotográfico de Maria Sainz Arandia, pretende consciencializar, educar e cuidar do meio ambiente, promovendo o conceito de permacultura, que alia o conhecimento científico com o conhecimento tradicional e popular, e agroecologia como alternativa e estilo de vida sustentável para o bairro.

Segundo o diretor da Bienal’21 Fotografia do Porto, Virgílio Ferreira, os dois autores selecionados serão acompanhados no desenvolvimento do seu projeto artístico, através de orientações técnicas e do apoio logístico à produção e instalação dos materiais necessários à exposição na bienal, com todos os custos assegurados pela organização.

Esta ‘open call’, no âmbito da Bienal’21 Fotografia do Porto, recebeu “uma forte adesão”, tanto de artistas portugueses como espanhóis, referiu.

Tanto a Ci.CLO, que organiza a Bienal, como os dois elementos convidados do júri, Gabriela Vaz-Pinheiro e Maíra Villela, consideraram a quantidade e qualidade das candidaturas “muito significativa”, tendo em conta as especificidades da convocatória – não era de tema livre, desafiando os artistas a se relacionarem com uma iniciativa comunitária urbana concreta.

Este programa ibérico foi lançado, em parceria com a PhotoEspaña e com o apoio do BPI e da Fundação ‘La Caixa’.

Antecipando a próxima edição da Bienal de Fotografia do Porto, a convocatória lançou “uma reflexão sobre a aceleração do crescimento e da concentração populacional nos centros urbanos e as suas consequências a nível de injustiças sociais e ecológicas e pretende desvendar projetos de resposta a esses desafios e que estejam a despoletar mudanças culturais”.

Este projeto colaborativo, que envolverá interconexões com dois curadores e outros especialistas convidados, resultará numa exposição na Estação de Metro de São Bento, no Porto, entre 14 de maio a 27 de junho de 2021.

A Bienal Fotografia do Porto é organizada e produzida pela Plataforma Ci.CLO em coprodução com a Câmara Municipal do Porto e financiada pela Direção-Geral das Artes. Conta ainda com o apoio mecenático do BPI e da Fundação “la Caixa” e uma rede de vários parceiros estratégicos a nível nacional e internacional.

A segunda edição irá decorrer entre 14 de maio a 27 de junho de 2021 em 18 espaços expositivos no Porto.

Vergílio Ferreira disse à Lusa que o programa definitivo da segunda edição da bienal, assim como os artistas convidados, deverão ser conhecidos em janeiro de 2021.

A primeira edição da bienal, em 2019, decorreu sob o mote “Adaptação e Transição” e contou com 53 artistas e trabalhos expostos em 15 diferentes espaços da cidade do Porto.

 

 

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