Numa programação dominada pelo piano, nesta terceira e última parte da temporada Gulbenkian de Música 2020-2021, hoje divulgada pela fundação, estão ainda anunciados, para maio, o pianista português Raul da Costa, que se estreia no palco da Fundação, e a pianista chinesa Yuja Wang.
O pianista russo Grigory Sokolov reabre a temporada e o Grande Auditório ao público, apresentando-se a solo, nos dias dia 19 e 20 de abril, com um programa constituído pelas quatro ‘Polonaises’, de Chopin, e os Dez Prelúdios, op.23, de Rachmaninoff.
Maria João Pires atua de imediato, nos dias 22 e 23 de abril, com a Orquestra Gulbenkian, sob a direção de Trevor Pinnock, para interpretar o 3.º Concerto para piano e orquestra, de Ludwig van Beethoven. A gravação desta obra, com a Sinfónica da Rádio Sueca, regida por Daniel Harding, valeu à pianista o Prémio Gramofone, em 2015. Serão ainda interpretadas as Sinfonias n.º 31 e n.º 39, de Mozart.
Este é o segundo programa de Maria João Pires, nesta temporada Gulbenkian, depois de ter oferecido o Concerto n.º 20, para piano, de Mozart, em dezembro.
O maestro, pianista, cravista e organista inglês Trevor Pinnock, que rege a orquestra, está entre os pioneiros da investigação musicológica e da interpretação historicamente informada. Em 1972, fundou a orquestra The English Concert e, em 2007, o The European Brandenburg Ensemble, formações que se dedicam ao reportório clássico e barroco, com instrumentos de época.
A estreia do pianista Raul da Costa, na Fundação Calouste Gulbenkian, no dia 09 de maio, no âmbito dos ‘Concertos de Domingo’, é outro dos destaques desta terceira e derradeira parte da temporada Gulbenkian de Música 2020-2021.
Raul da Costa interpretará o 1.º Concerto para piano e orquestra, de Sergei Prokofiev, num programa dedicado à música russa, sob a direção do maestro Johannes Klumpp. A Abertura da ópera ‘Ruslan e Liudmila’ e a ‘Valsa Fantasia’, de Mikhail Glinka, e a 1.ª Sinfonia, de Prokofiev, são as outras obras anunciadas para este concerto de domingo, que deverá manter a tradição e ser comentado por um músico da Orquestra Gulbenkian.
O pianista nasceu na Póvoa de Varzim, em 1993, onde iniciou os estudos musicais com Luís Amaro de Oliveira e Emília Coelho, seguindo-se a classe de Álvaro Teixeira Lopes, na Academia de Música Pio X, em Vila do Conde. Mais tarde seria a vez da Hochschule fu¨r Musik, Theater und Medien, em Hannover, onde trabalhou com o professor e pedagogo Karl-Heinz Ka¨mmerling, de quem foi um dos u´ltimos e mais pro´ximos alunos. Raul da Costa tambe´m entrou para o corpo docente desta Escola Superior das artes. Em 2018, assumiu a direção artística do Festival Internacional de Mu´sica da Po´voa de Varzim.
Raul da Costa estreou-se aos 12 anos com a orquestra da Casa da Música, no Porto, num Concerto de Carlos Seixas e, aos 16, venceu I Concurso de Piano da União Europeia, em Praga. Venceu igualmente os concursos internacionais de piano de San Sebastian, em Espanha, Scriabin, em Paris, Santa Cecília, no Porto, e o de Newcastle, no Reino Unido, onde recebeu a distinção de ‘Young Pianist of the North’.
Ao longo do seu percurso, Raul da Costa, que este ano completa 28 anos, trabalhou com pianistas como Dmitri Bashkirov, recém-falecido, Roger Muraro, Boris Berezovsky, Maria João Pires e Miguel Borges Coelho, e com regentes como Theodore Kuchar, Joseph Swensen, Stefan Blunier, Martin Andre e Vladimir Lande.
Numa fase da temporada com o piano em destaque, a Gulbenkian propõe ainda Yuja Wang, que regressa ao Grande Auditório com dois programas: em duo, com o clarinetista austríaco Andreas Ottensamer, da Filarmónica de Berlim, nos dias 16 e 17 de maio; e com a Orquestra Gulbenkian, regida por Lorenzo Viotti, nos dias 20 e 21 de maio, para interpretar o Concerto para piano e orquestra n.º 4, de Sergei Rachmaninov.
Nos dias 16 e 17, os dois músicos revisitam universos que já registaram em disco; nos dias 20 e 21, a Orquestra Gulbenkian ‘propõe uma nova viagem pelo universo musical russo’, juntando a Prokofiev a 4.ª Sinfonia de Tchaikovsky.
Antes da atuação em duo com a pianista chinesa, nos dias 13, 14 e 15 de maio, o clarinetista austríaco Andreas Ottensamer, que fez igualmente parte da Orquestra Juvenil Gustav Mahler, também atua com a Orquestra Gulbenkian e Lorenzo Viotti, num programa que inclui o Concerto para clarinete e orquestra, de Mozart. Neste concerto, Viotti dirigirá ainda a 4.ª Sinfonia, de Robert Schumann.
Lorenzo Viotti, que completa o seu contrato de três anos como maestro titular da Orquestra Gulbenkian, dirigirá os dois concertos de encerramento da temporada, nos dias 27 e 28 de maio.
Para a despedida, o programa proposto por Viotti inclui o poema sinfónico ‘Aus Italien’, de Richard Strauss, o ‘Prelúdio e Morte de Isolda’, com origem na ópera de Richard Wagner, e o ciclo de canções orquestrais de Ernest Chausson ‘Poème de l’amour et de la mer’, que terá o tenor Benjamin Bernheim, como solista.
O maestro franco-suíço, que em setembro passará a maestro convidado principal da Orquestra Gulbenkian — e a maestro titular da Orquestra Filarmónica e da Ópera Nacional da Holanda, em Amesterdão -, dirigirá ainda mais três concertos, em Lisboa, nesta fase final da temporada.
Será nos dias 28, 29 e 30 de abril, num programa que inclui a Sinfonia n.º 1, ‘Primavera’, de Robert Schumann, e a Sinfonia n.º 2, de Johannes Brahms.
O Grande Auditório Gulbenkian reabre ao público, cumprindo as regras da Direção-Geral da Saúde, com ocupação de apenas 50% da lotação da sala, lugares alternados e concertos com duração até uma hora, sem intervalo, adianta a fundação.
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