Depois de no mês passado a Igreja Católica ter ficado chocada depois de um artefacto de ouro ornamentado, que se diz conter “gotas do sangue de Jesus”, ter sido roubado pouco antes de uma celebração anual, no norte de França, este voltou a aparecer, mas agora nos Países Baixos.
O artefacto em questão é a motivação para nos últimos mil anos peregrinos se dirijam à abadia de Fécamp, na Normandia, para adorar a relíquia do “Precioso Sangue de Jesus”.
Seis semanas depois deste desaparecimento, um detetive de arte holandês descreveu como as relíquias lhe foram entregues pessoalmente em casa.
Citado pela BBC, Arthur Brand diz que agora o objeto será entregue à polícia para ser devolvido à abadia. “Sete a oito por cento da arte roubada é devolvida e grande parte dela é destruída. Neste caso, acho que o ladrão não tinha ideia do que era”.
As relíquias foram roubadas na noite de 1 de junho da sacristia de Fécamp, em França. Acredita-se que o ladrão tenha sido trancado no edifício durante a noite e havia pouca segurança naquele momento.
Dentro do recipiente de ouro estavam dois frascos de chumbo que, segundo uma lenda, foram lançados ao mar num baú e levados para a praia em Fécamp. Além destes itens foram roubados vários pratos litúrgicos e outros objetos.
O investigador holandês é amplamente conhecido pelo seu trabalho em encontrar arte e artefactos roubados e conta que foi contatado por e-mail por alguém que revelou que as relíquias estavam guardadas na casa de um amigo do ladrão. Quando o amigo percebeu o que era, entregou-as à pessoa que enviou o e-mail ao detetive de arte, que sugeriu que o deixassem na porta de sua casa e tocasse à campainha.
“Alguns dias depois, às 22h30, a campainha tocou. Olhei da minha varanda para fora e no escuro vi uma caixa. Desci as escadas a correr, com medo de que alguém levasse a caixa, olhei em volta, mas não havia ninguém lá”, contou Brand.
Como católico, confessa que o momento em que abriu a caixa que as continha os objetos, foi uma “experiência autêntica e religiosa”. As relíquias serão agora entregues à polícia holandesa que vão devolvê-las à abadia de Fécamp.
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