Rock in Rio. As saudades dos Xutos e a chuva que não calou os Muse

“Vai ficar tudo bem, isso eu sei.” Os versos pertencem a um tema de 1997, mas assentam que nem uma luva no primeiro dia de Rock in Rio, depois de quatro anos de interregno, devido à pandemia de Covid-19. 

Xutos & Pontapés subiram a palco sem cerimónias – a banda atuou em todas as edições do festival -, abrindo o Palco Mundo quando centenas de pessoas ainda formavam fila até à estação de metro da Bela Vista para entrar no recinto.

“Temos de acabar com a guerra e destruição”, apelou Tim, da banda portuguesa. “Ainda falta um bocado para ficar tudo bem.”

À medida que o público se avolumou, gerações inteiras vibraram ao ritmo do rock português e pais e filhos cantaram os grandes êxitos da banda: de ‘Fim de semana’ a ‘Ai se ele cai’.

“Está quase a acabar. Temos mais concertos para dar, vamos apanhar uma carrinha para o norte”, foi como o vocalista introduziu ‘Para ti Maria’, na reta final do concerto que levou a multidão ao rubro e terminou com um coro: “As saudades que eu já tinha”. E que saudades já tinhamos de um festival.

Liam Gallagher foi o segundo nome a pisar o palco principal, num concerto onde trouxe não só temas a solo, como também dos Oasis, banda que liderou juntamente com o irmão durante 18 anos.

Foram estas últimas que fizeram o público cantar a plenos pulmões: ‘Hello’ e ‘Wonderwall’ levaram os fãs de volta aos anos 90.

The National subiram a palco às 21h em ponto. E só depois de entoar ‘Don’t Swallow the Cap’ e ‘Mistaken for Strangers’, Matt Berninger arranhou a primeira palavra em português: “Obrigada, thank you. I missed you too”, afirmou o vocalista, antes de prosseguir com ‘Bloodbuzz Ohio’, à medida que anoitecia sobre o parque da Bela Vista.

Tudo à espera dos Muse

No dia do rock por excelência, os cabeças de cartaz apresentaram-se perante uma plateia já composta. As outras atrações do recinto estavam praticamente vazias e eram muitos os fãs já instalados, com t-shirts dos Muse, quando, às 23h08, se começa a ouvir ‘Will of people’.

Os cumprimentos vieram depois. “Lisboa! Como vão, malta?”, questionou Matthew Bellamy antes dos primeiros acertos de ‘Hysteria’, que atirou para o ar um mar de braços coordenados conforme os acordes.

O já aguardado solo de guitarra fez-se debaixo de chuva. E, enquanto serviam sucessos como ‘Madness’, ‘Supermassive Black Hole’ ou ‘Time is Running Out’, os Muse ainda brindaram os fãs com serpentinas, confetes e fogo de artifício.

Mas a relação do trio britânico com o público português – e do Rock in Rio em particular – já vem de longe. A banda já atuou quatro vezes no festival (tendo mesmo concerto esgotado na edição de 2008) e já passou pelas principais salas do país.

Os Muse apresentaram-se no Rock in Rio em substituição dos Foo Fighters, que cancelaram a presença no festival na sequência da morte do baterista Tayler Hawkins, no passado mês de março.

Black Eyed Peas, Ellie Goulding, Bárbara Tinoco, Bruno Pernadas e Deejay Kamala estão entre as bandas e artistas que atuam este domingo no 9.º Rock in Rio Lisboa, a decorrer no Parque da Bela Vista.

No Palco Mundo, o maior do festival, atuam hoje David Carreira, Ivete Sangalo, Ellie Goulding e Black Eyed Peas. Pelo Music Valley, passam Funk Orquestra, Edu Monteiro, Miss Caffeina, Bárbara Tinoco, Iza e Deejay Kamala.

Nos restantes palcos, atuam artistas e bandas como Toy, em concerto interativo, o projeto Esperança, que junta Paulo Flores e Prodígio, Bruno Pernadas, 9 Miller e Electric Bang.

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