Setor da dança "está estrangulado. Não se esqueçam de nós"

Numa altura em que se perspetiva um novo desconfinamento, a PlataformaDança – Associação Nacional da Dança, enquanto representante do setor, endereçou uma carta ao Governo e aos partidos do arco da governação onde demonstra a “preocupação relativamente à calendarização, priorização e divulgação do mesmo”.

Até ao momento, revela a Associação em nota enviada às redações, “com cerca de 70.000 bailarinos/dançarinos (profissionais ou amadores) de dança, não há registo de qualquer surto localizado em espaços de ensino de dança ou companhias, pelo menos que tenhamos conhecimento. Neste sentido, consideramos que o risco efetivo é marginal”.

O setor da dança, à semelhança de outros setores da economia nacional, “está completamente estrangulado e enfrenta fortes dificuldades”, defende a PlataformaDança, enfatizando que “um prazo prolongado para desconfinar o setor será arriscar o colapso”.

A Associação Nacional da Dança mostra-se ainda preocupada quanto ao facto de “todos os documentos, conversas e comentários que circulam não incluam ou abordem o nosso setor (Dança espetáculo e ensino). E que nas conferências de imprensa e documentos oficiais nem sequer existam quaisquer referências”.

Por isso, o setor apela ao Governo que, no plano de desconfinamento que deverá ser apresentado nesta quinta-feira, a dança seja considerada “com base no nosso risco real, na nossa importância para as pessoas na área da saúde mental e física e também tendo atenção ao percurso exemplar que o setor teve em anteriores desconfinamentos”.

“Se no início de março de 2020 não éramos considerados, estamos apreensivos que em 2021 continue a não existir referência ao setor, não querendo acreditar que possa ter existido um retrocesso na perspetiva de todo o trabalho feito pelo setor em prol de Portugal e do acesso à cultura por todos os portugueses”, pode ainda ler-se.

Reforçando que a “Cultura e a Dança são seguras”, a Associação deixa um apelo final: “Vimos relembrar que existimos. Vimos relembrar que persistimos. Mas acima de tudo vimos apelar que não se esqueçam de nós”.

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