‘Tirana’ e vozes das mulheres da Beira Baixa chegam a Lisboa esta semana

Intitulada ‘Tirana’, a coreografia estreou-se em 2022 numa versão para museu, em Serralves, no Porto, e trará pela primeira vez à capital a conceção sobre estas canções rurais que transportam temas como instinto maternal, trabalho feminino e violência de género.

O canto feminino polifónico português e a fisicalidade do canto estão na base da coreografia da respiração que compõe esta peça, resultado de um trabalho de campo na zona da Beira Baixa, das Terras de Arões, segundo a produção.

‘Tirana’ é uma coreografia sonora imersiva que explora a fisicalidade do limite da voz feminina, dando atenção à natureza tátil do som e à relação entre corpo e espaço, capturada num objeto/escultura que opera como instrumento musical desenhado exclusivamente para esta obra pela artista sonora Inês Tartaruga Água.

O objetivo foi criar paisagens sonoras e de movimento procurando mapear as fronteiras entre a respiração, o som e o canto.

Tirana – adjetivo que significa mulher ingrata, esquiva ou cruel — é também um tipo de dança, uma canção popular de raiz ibérica, de movimento moderado e ritmo sincopado, em compasso ternário, que começa com as palavras “¡Ay, tirana, tirana!”.

Luísa Saraiva nasceu no Porto, é coreógrafa e bailarina, e trabalhou como intérprete com artistas como Alexandra Pirici, Ben J. Riepe, Catarina Miranda e Jonathan Saldanha.

Na sua prática artística, Luísa Saraiva recorre a uma abordagem transdisciplinar na investigação do movimento, da linguagem e do som.

Em 2018 recebeu o prémio Ground Support NRW com a peça ‘A Concert’, em colaboração com Lea Letzel, segundo a produção.

Na temporada de 2019-2020, foi uma das coreógrafas em residência no K3 – Zentrum für Choreographie|Tanzplan em Hamburgo, na Alemanha.

A coreografia e direção artística de ‘Tirana’ é de Luísa Saraiva, instrumentos e instalação sonora de Inês Tartaruga Água, e a performance de Alice Heyward, Fabíola Augusta, Luisa Fernanda Alfonso e Luísa Saraiva.

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