Este acordo, que engloba clássicos como “Blowin ‘in the Wind”, “The Times They Are A-Changin‘” e “Like a Rolling Stone”, poderá ser a maior aquisição de todos os direitos de publicação em um único ato de sempre, segundo o New York Times.
A Universal, que é a maior editora mundial de música, disse que este acordo de edição musical é o “mais significativo deste século”, mas recusou-se a divulgar os valores envolvidos.
Segundo o Financial Times, o negócio foi fechado por “nove dígitos”, estimando-se que a empresa tenha desembolsado centenas de milhões de dólares.
A Universal Music foi avaliada em 30 mil milhões de euros numa venda de participações no ano passado, bem acima dos 6,5 mil milhões de euros que o SoftBank lhe tinha oferecido em 2013.
Ao contrário de muitos outros artistas, Bob Dylan era proprietário dos direitos de publicação da sua música, que era administrada fora dos EUA pela Sony/ATV Publishing.
Um catálogo icónico destes gera receitas durante décadas, enquanto as músicas continuarem a ser transmitidas, tocadas na rádio, ou utilizadas em filmes e anúncios publicitários.
O valor de ser proprietário de música sofreu um impulso nos últimos anos, graças ao ‘streaming’, que veio reanimar a indústria.
Para Jody Gerson, presidente executiva da Universal Music Publishing Group (UMPG), “representar o trabalho de um dos maiores compositores de todos os tempos – cuja importância cultural não pode ser exagerada – é simultaneamente um privilégio e uma responsabilidade”.
O presidente executivo da Universal Music Group, Lucian Grainge, afirmou, por sua vez, que “não é segredo que a arte de escrever canções é a chave fundamental de toda a grande música, nem é segredo que Bob é um dos maiores praticantes dessa arte”.
“Brilhantes e comoventes, inspiradoras e belas, perspicazes e provocadoras, as suas canções são intemporais – quer tenham sido escritas há mais de meio século ou ontem”, acrescentou, sublinhando não ter “dúvidas de que daqui a décadas, mesmo séculos, as palavras e a música de Bob Dylan continuarão a ser cantadas e tocadas – e acarinhadas – em todo o lado”.
As canções de Bob Dylan foram gravadas mais de seis mil vezes por diversos artistas representando dezenas de países, culturas e géneros musicais.
Algumas das suas obras mais conhecidas incluem ainda “Lay Lady Lay”, “Forever Young”, “Knockin‘ On Heaven’s Door”, “Tangled Up In Blue”, “Gotta Serve Somebody”, “Make You Feel My Love” e “Things Have Changed”.
Bob Dylan é considerado um dos mais influentes artistas de sempre.
Desde que se afirmou musicalmente entre o público, na cena musical popular de Greenwich Village, em Nova Iorque, no início dos anos 1960, Bob Dylan já vendeu mais de 125 milhões de discos em todo o mundo e acumulou um trabalho que inclui algumas das maiores e mais populares canções “que o mundo alguma vez conheceu”, afirma a UMPG.
O músico continua a percorrer o mundo, realizando anualmente quase 100 concertos perante audiências que abraçam a sua nova música com o mesmo fervor com que o fazem com os seus clássicos.
Bob Dylan foi galardoado com o Prémio Nobel da Literatura em 2016 – o primeiro compositor a receber tal distinção — “por ter criado novas expressões poéticas dentro da grande tradição da canção norte-americana”, segundo a justificação da academia Sueca.