Vhils apresenta pela 1.ª vez peças em azulejo em exposição em Espanha

Em “Fractal”, que é inaugurada na sexta-feira ao final do dia na galeria Delimbo, Vhils apresenta “peças criadas com recuso a novas técnicas e meios desenvolvidos nos últimos dois anos”, de acordo com uma publicação partilhada na página oficial do artista na rede social Instagram.

“É o resultado de um processo de introspeção, refletindo a sensação conflituante de ansiedade, causada por eventos recentes, e como estes afetaram a psique individual e coletiva”, escreveu Vhils sobre a exposição.

Esta será a primeira vez que o artista português apresenta peças criadas com azulejos, “que nesta mostra foram concebidos para estabelecer uma referência ao património cultural entre Portugal e Espanha, e o legado específico da azulejaria de Lisboa, cuja origem remonta à cidade de Sevilha, há mais de cinco séculos”.

As peças apresentadas em “Fractal”, como um todo, “possuem uma intensidade energética que destrói preconceções de humanidade, bem como a compreensão individual de cada um”.

“Elas esculpem uma fissura inevitável, que nos obriga a reexaminar a condição humana, que agora, mais do que nunca, precisa de transformação. Com ‘Fractal’ quero apresentar a desconstrução que causa desconforto, mas que é um ato de criação, um esculpir no espaço: pela diferença, pela novidade, pela evolução. Um confronto direto com quem somos, e, mais importante, com quem estamos prestes a tornar-nos”, lê-se na publicação.

A exposição, de entrada livre, estará patente na galeria Delimbo, até 09 de abril.

Nascido em 1987, Alexandre Farto cresceu no Seixal, onde começou por pintar paredes e comboios com ‘graffiti’, aos 13 anos, antes de rumar a Londres, para estudar Belas Artes, na Central Saint Martins.

Captou a atenção a ‘escavar’ muros com retratos, um trabalho que tem sido reconhecido a nível nacional e internacional, e que já levou o artista a vários cantos do mundo.

Além de várias criações em Portugal, Alexandre Farto tem trabalhos em países e territórios como a Tailândia, Malásia, Hong Kong, Itália, Estados Unidos, Ucrânia e Brasil.

Em 2014, inaugurou a sua primeira grande exposição numa instituição nacional, o Museu da Eletricidade, em Lisboa: “Dissecação/Dissection” atraiu mais de 65 mil visitantes em três meses.

Em 2015, o trabalho de Vhils também chegou ao espaço, através da Estação Espacial Internacional, no âmbito do filme “O Sentido da Vida”, do realizador Miguel Gonçalves Mendes.

Em 2010, com a francesa Pauline Foessel, fundou a plataforma cultural Underdogs, que se divide entre arte pública, com pinturas nas paredes da cidade, exposições dentro de portas, no n.º 56 da Rua Fernando Palha, em Lisboa, um antigo armazém recuperado e transformado em galeria, e a produção de edições artísticas originais.

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