Vilar de Mouros regressa e abre com The Black Teddys, Placebo e Suede

“Isto é um festival de amigos. É um festival de família em que vem desde o avô até ao neto e a família vem festejar a música e é o primeiro festival de muitos. Não só o primeiro que tivemos em Portugal, mas também o primeiro destas novas gerações”, declara à Lusa Diogo Marques, da organização do evento musical onde se prevê ter “entre as 15 e as 20 mil pessoas, por dia”.

Após dois anos suspenso devido à pandemia, o sol radioso e as temperaturas elevadas, a rondar os 30 graus centígrados, deram as boas vindas aos milhares de festivaleiros que esta tarde começaram a reencontrar-se num festival que conta já com 50 anos de concertos.

“A música é aquilo que importa. Tudo aquilo que nós passámos nos últimos dois anos foi muito difícil para o setor, para os músicos e para toda a gente envolvida e o que importa para nós é trazer uma mensagem de como a música é importante”, declarou à Agência Lusa Carlos, vocalista, guitarrista e letrista da banda portuguesa The Black Teddys.

A ‘set list’ da banda indie rock The Black Teddys, que se baseou nos três álbuns lançados em 2016, 2017 e 2020, serviu para aquecer a primeira noite de Vilar de Mouros 2022, que promete bandas como Suede, Placebo, Gary Numan e Battles.

Questionado sobre a escolha do alinhamento musical desta edição, Diogo Marques explica que estão a seguir a “estratégia montada deste 2016″ e que é tocar um bocadinho nas pessoas” e “perceber quais são os artistas que as pessoas cresceram a ouvir e que ainda hoje tocam nas rádios e que as pessoas têm nas suas ‘playlists'”.

“Acho que temos aqui um cartaz dos três dias muito nesse sentido que toca verdadeiramente nas pessoas. As pessoas sabem as músicas, querem juntar os amigos e vir com os amigos”, concluiu.

Diogo Marques assume que hoje, ao olhar para o recinto sente uma “emoção muito forte”, porque efetivamente é complicado” colocar um festival de pé depois da pandemia.

Para Diogo Marques, felizmente começaram a trabalhar com muito tempo de antecedência por causa dos “problemas” conhecidos noutros festivais, como os “atrasos nas montagens, equipa não estarem oleadas” ou “falta de mão de obra” e, conseguindo ter “tudo montado para receber os festivaleiros”.

O casal Andy e Jell, que veio de Inglaterra para passar férias em Portugal — Lisboa, Porto, Sintra -, decidiram, pelo meio, vir ao festival de Vilar de Mouros, especificamente para ver Gary Numan, embora também ver vão ver Suede.

“Sou uma enorme fã de Gary Numan. Já o vi por todo o Reino Unido”, confessa Jell, acrescentando que está a adorar as paisagens e as pessoas calorosas na região minhota de Portugal.

Heitor, natural do Brasil, veio de Lisboa diretamente para Vilar de Mouros só para ouvir Placebo.

“Eu vim unicamente por causa de Placebo. Vou literalmente ver Placebo e voltar. A última vez que eles se apresentaram no Brasil foi em 2014 e eu tenho Brian Moko como um pai para mim. Eu entendo todas as letras dele, o que ele sente e o que ele diz. Eu não tinha nem companhia para vir numa quinta-feira, todo o mundo estava trabalhando. Eu vim sozinho só para ouvir e dar a bênção”, disse.

É a primeira vez de Heitor em Vilar de Mouros e confessa que está a achar “bonito”. “Fiz um ’tour’ com o carro aberto e achei um ar bom”, revela.

Helena, que veio de Esmoriz (Aveiro), também é uma estreante em Vilar de Mouros. Veio, principalmente, para ver e ouvir a banda Placebo ao vivo.

A aguardar pela banda desde as 19:00, embora os Placebo só subam a palco depois das 23:00, Helena refere que está a gostar do “espírito de tranquilidade” do festival EDP Vilar de Mouros.

O mesmo sentimento revela Telma, que veio com uma amiga pela primeira vez ao EDP Vilar de Mouros e aguarda por Placebo.

“Vilar de Mouros é a primeira vez e Placebo vê-los aqui, ao fim de uns dez anos, vai ser bom”, disse, reconhecendo que o ambiente do festival é tranquilo e interessante a “mistura de gerações”.

O festival de Vilar de Mouros termina no próximo dia 27 e ao longo dos três dias do evento vão passar nomes como Simple Minds, Tara Perdida, Blind Zero, The None Talkers, Iggy Pop, Bauhaus, The Legendary Tiger Man, entre muitos outros”.

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