“Não acredito em competição, especialmente na nossa indústria”, disse a atriz de 73 anos, que foi distinguida pelo papel de Soonja no filme “Minari”. “Estamos a comparar diferentes filmes e diferentes papéis”, afirmou.
A vitória de Yuh-Jung Youn significou que Glenn Close, que estava nomeada na mesma categoria pelo papel de Mamaw em “Hillbilly Elegy”, voltou a não ser galardoada. Foi a oitava vez que Close foi nomeada para um Óscar sem nunca vencer.
Yuh-Jung Youn disse que teve “sorte” esta noite. Com uma extensa carreira na Coreia do Sul, este foi o primeiro filme americano em que a atriz participou, o que tornou a vitória ainda mais relevante.
“Tive uma longa carreira e tentei construí-la passo a passo. Não acredito nisso do sucesso da noite para o dia”, afirmou.
A estatueta foi entregue por Brad Pitt, que, apesar de ser um dos produtores executivos de “Minari”, não conhecia Yuh-Jung Youn pessoalmente.
“Sr. Brad Pitt, finalmente, é um prazer conhecê-lo”, disse a atriz quando foi ao palco receber o Óscar.
Nos bastidores, Yuh-Jung Youn elogiou Brad Pitt por ter pronunciado o seu nome corretamente e disse que foi um momento único, por ele ser uma superestrela que admirou desde sempre.
“Ainda não estou em mim”, partilhou a atriz. “Não me façam muitas perguntas”, gracejou.
Mas Yuh-Jung Youn também aproveitou o momento para dar a sua opinião sobre o contexto de vitórias históricas que esta noite representou.
“É muito bom bom entender-nos uns aos outros. Devemos abraçar-nos uns aos outros”, afirmou a atriz, lamentando a categorização das pessoas – e dos vencedores – por cores.
“Não é bonito dividir as pessoas assim”, considerou. Se juntarmos todas as cores, isto fica mais bonito. Até o arco-íris tem sete cores, e eu não gosto de dividir”.
Muitas questões enfatizaram o facto de esta ser uma noite histórica de várias formas – a primeira vez que uma atriz coreana venceu um Óscar de representação, a primeira mulher não branca a vencer Melhor Realização (Chloé Zhao), as primeiras afro-americanas a vencer o Óscar de Melhor Caracterização (Mia Neal e Jamika Wilson).
“Somos todos seres humanos iguais, temos o mesmo coração quente”, disse Yuh-Jung Youn. “É uma oportunidade de partilharmos as nossas histórias”.
Este foi o único Óscar para “Minari”, realizado por Lee Isaac Chung, que chegou aos prémios desta madrugada com seis nomeações, incluindo Melhor Filme.
A 93.ª cerimónia dos prémios da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas decorreu entre a estação de comboios Union Station, na baixa de Los Angeles, e o Dolby Theatre, em Hollywood, com restrições devido à pandemia de covid-19.
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