Numa nota informativa a que a Lusa teve hoje acesso, a autarquia informa que a Camisola Poveira, “um artigo especial e único, fabricado à mão e de forma artesanal, “já está disponível para venda, nacional e internacional” na plataforma criada para aproximar “comerciantes e consumidores”.
“Esta iniciativa promovida pelo município da Póvoa de Varzim, com o apoio da Junta de Freguesia da Póvoa de Varzim, Beiriz e Argivai e da Associação Amigos do Museu, visa criar uma plataforma que reúne, num só espaço e à distância de um simples clique, os artesãos poveiros que produzem a Camisola Poveira e os clientes que têm interesse em adquirir um modelo original”, explica a Câmara da Póvoa de Varzim.
A receita das vendas, refere a nota, “reverte a 100% para os artesãos responsáveis pela produção dos modelos vendidos”.
Nas últimas semanas instalou-se a polémica depois de uma ‘cópia’ da tradicional camisola poveira, peça de vestuário típica da comunidade piscatória local, ter sido lançada na coleção da estilista norte-americana Tory Burch, e inicialmente promovida com uma peça de inspiração mexicana.
Pressionada pela atenção mediática entretanto gerada, a ‘designer’ admitiu o erro, alterou a descrição da peça de vestuário à venda no ‘site’ por 695 euros e, nas redes sociais, deixou um pedido desculpas pelo sucedido, comprometendo-se a estabelecer um protocolo com o município poveiro para apoiar as artesãs locais.
Para o Presidente da câmara da Póvoa de Varzim, citado na nota da autarquia, “a promoção da compra da Camisola Poveira é uma ode à história e herança cultural do concelho da Póvoa de Varzim e, também, uma forma de valorizar e dignificar o trabalho meritório desenvolvido pelos artesãos locais há mais de 150 anos”.
Segundo Aires Pereira, essa foi a razão que levou “a autarquia a estabelecer uma ponte entre aqueles que querem ter acesso” àquele “artigo tão único e os que querem ter condições para poder produzir e exportar uma peça tão especial”.
A nota aconselha a que todos os artesãos que saibam produzir a Camisola Poveira e queiram vendê-la no Marketplace “É Bom Comprar Aqui!” devem contactar os Serviços de Turismo através do pturismo@cm-pvarzim.pt ou do 252 298 120.
A 26 de março, o Estado Português, através do Ministério da Cultura, anunciou que pretendia acionar meios judiciais para combater a “apropriação abusiva” da camisola poveira, por parte de uma estilista norte-americana.
“A ministra da Cultura, Graça Fonseca, tomou a iniciativa de solicitar a identificação das vias judiciais e extrajudiciais ao dispor do Estado português para defender a camisola poveira enquanto património cultural português”, pode ler-se num comunicado emitido pelo ministério.
No mesmo texto, a tutela garantia fazer “o que estiver ao seu alcance para que quem já reconheceu publicamente o seu erro não se demita das suas responsabilidades e corrija a injustiça cometida, compensando a comunidade poveira”.
Leia Também: Camisola Poveira com centro de formação a pensar na internacionalização