A informação foi partilhada pela própria coreógrafa, numa publicação e em ‘stories’ (publicações temporárias) na sua conta na rede social Instagram. Nas imagens vê-se a coreógrafa a receber as insígnias da embaixadora de França em Portugal, Hélène Farnaud-Defromont, numa cerimónia na Embaixada de França, em Lisboa.
A Ordem das Artes e das Letras é atribuída pelo ministério francês da Cultura a pessoas que se distinguem pela criação no domínio artístico ou literário, mas também as que contribuem para a influência e desenvolvimento das artes e letras em França e no mundo.
Ao longo da última década, Tânia Carvalho – artista multidisciplinar com uma carreira de 25 anos de criação em diferentes expressões artísticas, da dança ao desenho, passando pela música e cinema – tem apresentado os seus trabalhos em várias cidades francesas, como Paris, Marselha, Lyon e Uzès, onde também cria em conjunto com companhias francesas.
Este mês, estreou a peça ‘Versa-vice’, que subverte o significado das coisas, na 22.ª Bienal de Dança de Val-de-Marne, a decorrer até 06 de abril.
A nova peça, que Tânia Carvalho descreve como “um trava-línguas” criado para “subverter, de forma onírica, o significado das coisas, olhando através de diferentes centros”, vai colocar nove bailarinos em palco, segundo a produção, em comunicado.
Idealizada no contexto do desafio lançado pela Bienal de Dança de Val-de-Marne, a nova criação será apresentada entre março e julho com digressão, ainda em França, no Festival Le Grand Bain, passando posteriormente por Portugal, com estreia nacional a 22 de abril, no DDD – Festival Dias da Dança, no Porto, evento que também tem em agenda outras cireografias da autora, nomeadamente ‘Não há certo nem errado’ e ‘Madmud’.
‘Versa-vice’ rumará depois a Coimbra, para o Festival Abril Dança, no Convento São Francisco, e Viseu, no Teatro Viriato, por Lisboa, na Culturgest, ainda Braga, no Theatro Circo, e Montemor-o-Novo, no PT.23. No início de julho será ainda exibida no Julidans Festival, em Amesterdão.
Com coreografia e direção artística de Tânia Carvalho, ‘Versa-vice’ tem interpretação de Andriucha, Beatriz Marques Dias, Bruno Senune, Catarina Carvalho, Cláudio Vieira, Filipe Baracho, Luís Guerra, Matthieu Ehrlacher e Nina Botkay.
Tânia Carvalho iniciou aulas de dança clássica aos cinco anos. Em 1991, entrou na Escola Superior de Dança de Lisboa e, em 1997, ingressou no Curso de Intérpretes de Dança Contemporânea Fórum Dança, também na capital portuguesa.
Fez ainda o Curso de Coreografia da Fundação Calouste Gulbenkian, e tem vindo a colaborar em vários trabalhos, tanto em interpretação como criação, com os coreógrafos Luís Guerra de Laocoi, Francisco Camacho, Carlota Lagido, Clara Andermatt, David Miguel, Filipe Viegas e Vera Mantero.
Como coreógrafa e intérprete criou, entre outras, as peças ‘Danza Ricercata’ (2008), ‘Der Mann Ist Verrückt’ (2009), ‘Olhos Caídos’ (2010) e ‘A Tecedura do Caos’ (2014).
É também criadora dos projetos musicais ‘Trash Nymph’ e ‘Moliquentos’, e cofundadora do coletivo de artistas Bomba Suicida.
Em 2018, Tânia Carvalho foi alvo de um ciclo de homenagem sobre os seus 20 anos de carreira, que decorreu com a apresentação das suas criações mais emblemáticas e de novas obras, no Teatro Camões, pela Companhia Nacional de Bailado, e nos teatros municipais Maria Matos e São Luiz, em Lisboa.
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