Depois do cancelamento em 2020, entre os dias 20 e 30 de abril, o renomeado “DDD – No Palco / Em Casa” regressa em formato ‘online’ e às principais salas de espetáculos das cidades do Porto, Gaia, Matosinhos e, pela primeira vez, a Viana do Castelo.
Destacando que foi possível manter a grande maioria dos projetos, com exceção de alguns casos, – como é exemplo o programa de formação e de vários projetos internacionais, que se apresentarão ‘online’, ou dos projetos desenvolvidos com a comunidade não profissional -, o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, que abriu a conferência de imprensa de apresentação da 5.ª edição, salientou o equilíbrio conseguido entre a vertente presencial e ‘online’, numa edição reinventada “em tempo record”.
“Na vertente presencial, conseguimos assegurar a realização, com público presente, de nove espetáculos [na sua maioria emitidos igualmente ‘online’] e de um projeto expositivo, todos eles de artistas nacionais”, disse, revelando que a dinâmica será a de um espetáculo presencial por dia, o que permite ajustar ao contexto pandémico.
No que diz respeito a essa vertente ‘online’, o autarca, que acumula o pelouro da Cultura, indicou que a edição de 2021 contará com 21 espetáculos emitidos no total, cinco dos quais de artistas internacionais e 16 de artistas nacionais, sendo que, destes, 10 são de artistas que trabalham a partir da região.
O programa desta edição, explicou o diretor artístico do Teatro Municipal do Porto, Tiago Guedes, teve cinco versões, tendo implicado um trabalho de exploração das potencialidades das ferramentas ‘online’, em relação às quais, assume, tinha algum “preconceito”.
Desejando que a abertura dos teatros prevista para 19 de abril possa materializar-se, permitindo o cumprimento da programação integral do festival, Tiago Guedes salientou a edição de 2021 desafiou a organização e os artistas a encontrar um equilíbrio entre linguagem e a estética digital e o projeto artístico.
O diretor artístico, que apresentou em detalhe a programa da 5.ª edição do DDD, salientou que, fortemente condicionada pelas questões pandémicas, esta é uma edição com um foco especial nos artistas nacionais, tanto nos espetáculos ‘online’ como na programação presencial.
A criação nacional estará em destaque com coreógrafos portugueses de diferentes gerações, como Victor Hugo Pontes, João Fiadeiro e Carolina Campos, São Castro e António M Cabrita, Teresa Silva e Sara Anjo, Miguel Pereira e Cláudia Dias, entre outros.
A 5.ª edição arranca, a 20 de abril, com a estreia absoluta de Bate-Fado, da dupla de artistas portugueses Jonas & Lander, agendada para as 19:00, no Grande Auditório do Teatro Rivoli (e ‘online’, de 23 a 25 de abril).
No mesmo dia, às 22:00, “Room with a View”, do coletivo francês La Horde com o músico Rone, será o primeiro espetáculo a ser transmitido na sala virtual do DDD e uma das estreias nacionais desta edição do festival. O coletivo La Horde vai orientar uma ‘masterclass’ no dia seguinte.
O programa encerra, no dia 30 de abril, também com duas estreias: a apresentação ao vivo e (‘online’) de “SIRI”, de Jorge Jácome e Marco da Silva Ferreira, no Teatro Campo Alegre; e com a exibição ‘online’ (no Facebook e no ‘site’ do festival), de North Korea Dance, da coreógrafa sul-coreana Eun-Me Ahn, que “regressa” ao festival depois de, em 2017, ter apresentado o espetáculo “Dancing Grandmothers” no Rivoli.
“Convidamos várias companhias [internacionais] de latitudes diferentes para enriqueceram a nossa programação digital com diferentes obras feitas de propósito para o digital”, indicou Tiago Guedes, acrescentando que, no total, esta edição terá cinco espetáculos internacionais.
Neste caso, além das propostas para os dias de abertura e de encerramento, serão apresentados dois espetáculos: “(B)reaching Stillness” (de 21 a 23 de abril), da coreógrafa helvética Lea Moro; e de “L’affadissement du merveilleux” (de 22 a 24 de abril), da canadiana Catherine Gaudet.
A única exceção é o espetáculo “Please Please Please” (22 e 23 de abril), que se estreia no palco do Teatro Carlos Alberto, no Porto.
Nesta edição, o Dia Mundial da Dança – 29 de abril – será assinalado com dois espetáculos: a estreia absoluta de “Viaduto”, no Auditório Municipal de Gaia, um projeto do coreógrafo e performer brasileiro a residir no Porto Renan Martins; e a apresentação de “Os Três Irmãos”, de Victor Hugo Pontes no Teatro Municipal Sá de Miranda, em Viana do Castelo.
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